Escolas da Suécia trava digitalização nas escolas, volta aos livros em papel
Escolas da Suécia trava digitalização nas escolas, volta aos livros em papel
O país, o nono no relatório do PIRLS com melhor compreensão de leitura, alerta para o risco de criar uma geração de “analfabetos funcionais“.
A reportagem é publicada por El Periódico, 02-06-2023. Escolas da Suécia
A Suécia, que ocupa o nono lugar no relatório PIRLS sobre compreensão de leitura, aquele em que a Catalunha está no último lugar da Espanha e da Europa, freou seu plano de digitalização da sala de aula, que deveria acelerar este 2023. O país que vinha debatendo e questionando o papel dos computadores e telas nas salas de aula das escolas por meses até que poucos dias atrás, em 15 de maio, a ministra da Educação, Lotta Edholm, do governo conservador de Ulf Kristersson anunciou que estava suspendendo a estratégia de digitalização de salas de aula que a Agência Nacional de Educação havia aprovado em dezembro passado.
Em artigo publicado em dezembro no jornal sueco ‘Expressen‘, a ministra Edholm já apontava sua relutância quanto aos benefícios das telas na sala de aula. Para ela, a digitalização foi “um experimento” e expressou seu desconforto com a “atitude acrítica que considera a digitalização como algo positivo, independentemente do conteúdo”. Edholm argumentou que os livros têm “vantagens que nenhum tablet pode substituir”.
A ministra solicitou relatórios de mais de 60 especialistas em digitalização de salas de aula, incluindo o Instituto Karolinska. Fontes da referida instituição, consultadas pelo ‘Diario de la Educación’, confirmaram que todas as organizações chegaram à mesma conclusão: “Todas as pesquisas sobre o cérebro em crianças mostram que elas não se beneficiam do ensino com base em telas”.
Edholm culpa as telas pelo declínio do nível de compreensão de leitura entre meninos e meninas suecos registrado no relatório PIRLS, e isso apesar de a Suécia, com seus 544 pontos, estar acima da média europeia, localizada em 528 pontos. A Espanha obteve uma pontuação de 522 pontos no relatório de compreensão de leitura, e na Catalunha esse número cai para 507.