Covid longa: sintomas que duram mais de 3 meses

Covid Longa: Segundo o Ministério da Saúde, pessoas com pós-Covid-19 têm manifestações clínicas novas, recorrentes ou persistentes

 

Covid Longa: Segundo o Ministério da Saúde, pessoas com pós-Covid-19 têm manifestações clínicas novas, recorrentes ou persistentes após o período de infecção aguda pelo novo coronavírus.

A condição foi reconhecida oficialmente como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em outubro de 2021. De acordo com a agência, a chamada Covid longa pode aparecer três meses após o início da infecção, com sintomas que duram pelo menos dois meses e que não podem ser explicados por um diagnóstico alternativo.

Sintomas e fatores de risco

Relatada por mais de 35% dos pacientes investigados pela Fiocruz Minas, a fadiga está no topo das reclamações. O cansaço extremo tem impacto direto na rotina dos pacientes, uma vez que complica a execução de tarefas do dia a dia. Tosse persistente, dificuldade para respirar, perda do olfato ou paladar e dores musculares foram outras queixas observadas.

Em alguns casos, o bem-estar mental também foi comprometido. De acordo com a pesquisa brasileira, 8% dos 646 entrevistados relataram sofrer com insônia, 7,1% com ansiedade e 5,6% com tontura após a infecção por SARS-CoV-2.

As sequelas se manifestaram tanto nas condições graves, como nas formas moderadas e leves de Covid-19, geralmente após a fase de infecção aguda. Mesmo os pacientes assintomáticos desenvolveram o problema. O estudo também concluiu que os mais velhos tendem a apresentar sintomas mais graves e um período mais longo de pós-Covid-19.

Hipertensão arterial crônica, diabetes, cardiopatias, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica e tabagismo ou alcoolismo foram as sete comorbidades observadas pela Fiocruz Minas que podem levar a uma infecção aguda mais grave e aumentar as chances de Covid longa.

A pesquisa acompanhou pacientes atendidos no pronto-socorro do Hospital da Baleia e Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, ambos referência para Covid-19 em Belo Horizonte. Os pacientes procuraram atendimento entre abril de 2020 e março de 2021. Todos eles foram testados por RT-qPCR e tiveram diagnóstico positivo para a doença.

O monitoramento dos sintomas e sequelas remanescentes foi feito por meio de entrevistas realizadas uma vez por mês, presencialmente ou por meio de uma plataforma virtual, no decorrer de 14 meses após diagnóstico confirmatório, no período compreendido entre março de 2020 a novembro de 2021. A idade dos participantes variou entre 18 e 91 anos; sendo que 53,9% eram do sexo feminino. Dos 646 pacientes acompanhados, apenas cinco haviam sido vacinados e, desses, três tiveram a Covid longa.

De acordo com a pesquisadora Rafaella Fortini, as informações obtidas a partir do estudo permitem uma melhor compreensão acerca dos efeitos a longo prazo da Covid-19. “Trata-se de uma doença complexa, que pode atingir vários órgãos, e, dessa forma, ter informações é fundamental para que possa ser tratada adequadamente. Ainda há muito o que se conhecer: por que acontece? De que forma ela age no organismo? As respostas para esses questionamentos vão nos permitir entender a fisiopatologia da Covid longa, nos dando condições de resolver essas sequelas de maneira adequada”, destaca.

Ainda segundo a pesquisadora, é importante que as pessoas busquem os serviços de saúde para o tratamento da Covid longa.

“Há uma tendência de procurar tratamento apenas para as sequelas mais graves, como a trombose. Entretanto, é fundamental buscar ajuda médica para as outras questões, pois elas também podem interferir bastante na qualidade de vida das pessoas”, afirma.

 

 

 

AliançA FM

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