“Não há perspectiva para deslocamento desses veículos, pois há hospitais cercados e atacados, sem possibilidade de transferência de feridos do Norte para o Sul da Faixa”, explicou o embaixador.
Como deve ser o retorno ao Brasil
O grupo cruzará a fronteira após receber a liberação. Será uma viagem de cerca de 55 quilômetros por terra até o aeroporto de Al-Arish, no Egito, quando chegarem no território egípcio.
Uma aeronave da Presidência da República, que transporta um médico, enfermeiro e psicólogo da Força Aérea Brasileira (FAB), está esperando para embarcar em seu voo para o Brasil.
Brasil tem outro grupo de 40 pessoas à espera para sair de Gaza
Além dos 34 brasileiros e seus familiares que foram autorizados a deixar a Faixa de Gaza, um segundo grupo de aproximadamente 40 pessoas está na Faixa de Gaza e está à espera de ser incluído em uma lista futura para cruzar a passagem de Rafah.
Trata-se de cidadãos brasileiros e familiares próximos que expressaram interesse em voltar para casa após o aumento da violência e da crise humanitária. Como resultado, nos primeiros dias da guerra em outubro, o grupo inicial de 34 pessoas que solicitou a saída de Gaza enviou documentos.
Este segundo grupo não pode ser incluído na lista de brasileiros autorizados a deixar Rafah, porque as autoridades envolvidas nas tratativas – Israel e Egito – não estão recebendo novos pedidos de saída neste momento.
Em caráter reservado, integrantes do Itamaraty reforçam que a prioridade absoluta agora é garantir a saída dos 34 brasileiros, cujos nomes foram incluídos na lista de estrangeiros na noite de quinta-feira (9). O grupo chegou a ser levado para a fronteira, mas a passagem de Rafah foi fechada novamente.
Diplomatas justificaram que o segundo grupo ficou de fora da primeira relação porque não se decidiram a tempo se queriam deixar Gaza.
Ataques a hospitais
Os militares israelenses disseram que na sexta-feira um projétil lançado da Faixa de Gaza atingiu o maior hospital da região palestina, o hospital al-Shifa.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) foram informadas hoje cedo de um ataque ao Hospital al-Shifa, na cidade de Gaza. O porta-voz das FDI, tenente-coronel Richard Hecht, afirmou imediatamente: “O escritório de mídia administrado pelo Hamas na Faixa de Gaza alegou que este foi um ataque realizado pelas FDI.” Após os ataques a hospitais em Gaza
As FDI disseram que um exame dos seus sistemas operacionais indicou que “um projétil falhado lançado por organizações terroristas dentro da Faixa de Gaza atingiu o Hospital al-Shifa”.
A organização Médicos Sem Fronteiras afirma que não tem mais contato com sua equipe no Hospital al-Shifa.
“Nas últimas horas, os ataques contra o Hospital al-Shifa intensificaram-se dramaticamente. A equipe [dos Médicos Sem Fronteiras] do hospital relatou uma situação catastrófica lá dentro”, disse o grupo humanitário em uma postagem no X, antigo Twitter, às 3h43 (horário de Gaza), na sexta-feira.
O grupo disse estar extremamente preocupado com a segurança dos funcionários e pacientes do Hospital al-Shifa, alguns dos quais estavam em estado crítico e incapazes de se mover ou evacuar.
“Há um paciente que precisa de cirurgia. Há um paciente que já está dormindo em nosso departamento. Não podemos nos evacuar e [deixar] essas pessoas lá dentro. Como médico, juro ajudar as pessoas que precisam de ajuda”, disse Mohammed Obeid, cirurgião do hospital.
No norte de Gaza, Mustafa al-Kahlout dirige os hospitais Al Nasr e Al Rantisi, que foram cercados por tanques, e pediu ajuda à Cruz Vermelha na sexta-feira.