Alta da inflação pesa no bolso dos mais pobres

Alta da inflação pesa no bolso dos mais pobres

 

As famílias de renda mais baixa foram as que mais sentiram o aumento nos preços da economia em abril. A alta de preços foi de 1,06%, ante um resultado de 1,00% na faixa de renda mais alta, informou nesta segunda-feira, 16, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Entre as famílias de renda muito baixa, houve pressão em abril especialmente dos aumentos de preços no arroz (2,2%), feijão (7,1%), macarrão (3,5%), batata (18,3%), leite (10,3%), frango (2,4%), ovos (2,2%), pão francês (4,5%) e óleo de soja (8,2%), assim como do encarecimento de 6,1% dos medicamentos.

No grupo de renda mais elevada, o maior impacto partiu do grupo transportes, devido aos reajustes das passagens aéreas (9,5%), transporte por aplicativo (4,1%), gasolina (2,5%), etanol (8,4%) e diesel (4,5%).

No acumulado em 12 meses, a inflação percebida pelo grupo de renda muito baixa foi 17,6% maior do que a sentida pela alta renda, segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda. No grupo de renda muito baixa, a inflação acumulada nos 12 meses terminados em abril foi de 12,7%, enquanto que entre as famílias de renda alta essa variação foi de 10,8%.

“Os dados desagregados revelam que, para as famílias de renda mais baixa, as maiores pressões inflacionárias nos últimos doze meses residem nos grupos de alimentos e bebidas e de habitação. No primeiro caso, as altas dos alimentos in natura – cenoura (178,1%), tomate (103,3%) e batata (63,4%) -, das proteínas – frango (21,7%), ovos (17,7%) e leite (23,4%) -, dos farináceos – farinha de trigo (23,2%) e pão francês (13,1%) – e dos óleos e gorduras – óleo de soja (31,5%) e margarina (22,2%) – explicam boa parte do impacto inflacionário no período. No caso da habitação, as principais influências altistas vieram dos reajustes do gás de botijão (32,3%) e da energia elétrica (20,5%). Já para as famílias de renda mais alta, os pontos de pressão estão, sobretudo, no grupo transportes, refletindo os aumentos dos combustíveis – gasolina (31,2%), etanol (42,1%) e gás veicular (45,2%) -, além da alta no transporte por aplicativo (67,2%), no táxi (11,5%) e nas passagens aéreas (14,3%)”, escreveu Lameiras, na Carta de Conjuntura.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, foi de 1,06% no mês de abril e de 12,13% em 12 meses.

O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 1.726,01 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 17.260,14, no caso da renda mais alta.

 

Fonte: Istoé

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *