WhatsApp e TSE: entenda como os supergrupos afetam as eleições

WhatsApp e TSE: entenda como os supergrupos afetam as eleições

O Ministério Público Federal (MPF) enviou na tarde da última segunda-feira (18) um ofício ao representante do WhatsApp no Brasil para esclarecer informações sobre o lançamento do recurso Comunidades, que amplia a capacidade a formação de grupo com mais de 256 integrantes. A informação e do g1

A Procuradoria da República de São Paulo pede ao mensageiro que a ferramenta seja disponibilizada somente em 2023, meses após as eleições presidenciais.

Os procuradores enviaram o ofício ao Diretor de Políticas Públicas do WhatsApp no Brasil, Dario Durigan. No documento, A Procuradoria da República de São Paulo, que faz parte do MPF, explicou que as Comunidades podem levar ao aumento na disseminação de fake news logo após as Eleições 2022, e deu o prazo de 10 dias para a obter resposta do mensageiro.

Ao explicar o motivo para a solicitação, o MPF citou riscos à “integridade das instituições democráticas”, e fez menção à invasão do Capitólio dos Estados Unidos pelos apoiadores do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. No dia 6 de janeiro de 2021, militantes republicanos tentaram impedir a oficialização da vitória de Joe Biden nas eleições do ano anterior. Na época, uma das notícias falsas que mais circularam em aplicativos de mensagem e redes sociais era de que o pleito teria sido fraudado a favor do candidato democrata.

As Comunidades do WhatsApp estão sendo lançadas de forma gradual no mundo inteiro. Elas permitem ao usuário reunir grupos menores em um “supergrupo” com mais de 256 integrantes. A ideia do mensageiro por trás dessa ferramenta é juntar mais pessoas com interesses em comum, como alunos de uma escola ou moradores de um condomínio. Outros programas como Discord, Slack e Telegram já têm essa função.

Comunidades são “retrocesso” para WhatsApp, diz MPF

O MPF reconhece as facilidades que as Comunidades podem trazer ao usuário. No entanto, para os procuradores, elas podem “aumentar a possibilidade de viralização de conteúdos”, menosprezando as próprias medidas adotadas pelo aplicativo desde 2018 para combater as fake news. Com a nova ferramenta, o mensageiro permitirá o encaminhamento de uma única mensagem para 10 grupos — ou seja, 2.560 contatos podem recebê-la.

Procuradores citam que as Comunidades também podem comprometer os avanços no combate à violência digital. O documento aponta que o novo recurso do WhatsApp representaria “um real retrocesso do movimento de contenção de comportamentos abusivos potencialmente ligados à desinformação, que o WhatsApp, a princípio, vinha promovendo de forma eficiente nos últimos anos”.

WhatsApp e TSE: entenda como os supergrupos afetam as eleições
Comunidades do WhatsApp Foto: Reprodução/Divulgação/WhatsApp / Tecnoblog

Por fim, na notificação ao representante do mensageiro do Brasil, procuradores exigem saber quais as possibilidades que as Comunidades trazem ao usuário. O ofício do MPF enviado ao WhatsApp faz parte de um inquérito civil aberto no ano passado para apurar violações de direitos em aplicativos de internet.

AliançA FM

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