Com o avanço da vacinação, alguns países começaram a permitir a presença de público em eventos, liberando as regras mais severas que marcaram o início da pandemia.
Nos Estados Unidos, já possível frequentar jogos, passear em parques sem a necessidade de usar máscara e até mesmo ir aos bares.
A Inglaterra, outro país que avançou bastante na vacinação e impôs o fechamento de tudo por um bom tempo, passou a permitir a reabertura de diversos locais, como museus e cinemas.
Nenhum desses casos, porém, se aplica ao Brasil.
Por aqui, embora a média de casos tenha registrado queda nas últimas semanas, a transmissão do vírus se mantém em patamares altíssimos — os maiores do mundo —, assim como a média de mortes.
Dados do Ministério da Saúde mostram que nos próximos dias, iremos alcançar o trágico registro de 530 mil mortes.
Portanto, com a vacinação ainda longe do ideal e as aglomerações em alta, o uso de máscara para se proteger da Covid-19 é mais do que importante — é vital para as nossas vidas.
“O uso de máscaras é importante como medida de proteção. Elas funcionam como uma barreira física para a liberação de gotículas no ar quando há tosse, espirros e até mesmo durante conversas.”
Quem explica é Lilian Morais da Cruz, enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) da Pró-Saúde, entidade filantrópica considerada uma das maiores gestoras de serviços hospitalares do país.
Ao utilizar a máscara, você protege a si mesmo e aos demais. Há muitos casos de assintomáticos, pessoas que podem disseminar o vírus sem saber”, alerta a enfermeira.
Ela ressalta que a The Lancet, a prestigiada revista científica inglesa, fez uma meta-análise sobre o uso de máscaras e outras medidas que comprovam a eficiência do item.
Qual máscara usar?
Com o surgimento de novas cepas, as máscaras de pano já não se mostram tão eficientes, pois não ficam ajustadas no rosto, oportunizando a entrada do vírus pelos espaços que sobram.
Lilian dá algumas orientações sobre qual máscara usar. “A N95/PFF2 é uma das recomendações feitas pelos cientistas, pois ela se ajusta no rosto sem deixar espaços vazios nas laterais”, ressalta a profissional.
De acordo com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que analisaram a taxa de eficiência das máscaras, a PFF2 chega a filtrar 98% das partículas suspensas no ar, ou seja, possui uma alta taxa de proteção.
“Outro diferencial é fato desse modelo não ser descartável, após o uso é possível deixá-la ‘descansando’ em local arejado, entre três e sete dias, e usar novamente”, complementa Lilian.
Para aqueles que não conseguem ter uma N95/PFF2, a máscara cirúrgica descartável é uma opção, já que, de acordo com os pesquisadores, possui uma eficiência de cerca de 89%.
“Recomenda-se a troca de máscara descartável a cada quatro horas, ou sempre que estiver úmida, evitando o contato direto enquanto usar, principalmente, em sua parte frontal”, orienta a enfermeira.
Já a proteção das máscaras de tecido pode variar muito. Por exemplo, as de algodão, um dos materiais mais comuns em máscaras caseiras, pode apresentar uma eficiência entre 15% e 70%, sendo uma opção em situações de menor risco de contaminação, como locais com pouca circulação de pessoas.
No Brasil, o uso de máscara é recomendado — e até obrigatório — em espaços públicos ou em locais fechados.
Especialistas de todo o mundo afirmam que, se usadas corretamente, em conjunto com outras medidas como a higiene das mãos e o distanciamento social, as máscaras são eficientes em conter a disseminação do novo coronavírus.
Fonte: DOL