Três variantes do coronavírus, detectadas inicialmente no Reino Unido, África do Sul e Brasil, foram encontradas em 14 países das Américas, informou nesta quinta-feira (28) a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).
Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Cuba, Equador, Estados Unidos, Jamaica, México, Panamá, Peru, República Dominicana, Santa Luzia e Trinidad e Tobago reportaram ao menos uma destas três mutações do vírus SARS-CoV-2, segundo a última atualização epidemiológica da OPAS, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Em 25 de janeiro de 2021, 14 países relataram a detecção da variante VOC 202012/01, a variante 501Y.V2 e a variante P.1”. O relatório disse, se referindo às mutações identificadas em dezembro no Reino Unido, África do Sul e Brasil, respectivamente.
A OPAS disse que, de acordo com documentação recente, as pessoas infectadas com a variante britânica “têm um risco maior de morrer do que as pessoas infectadas com outras variantes”.
Em relação à variante sul-africana, indicou que estudos preliminares sugerem que está associada “a uma carga viral mais elevada, o que poderia sugerir uma potencial maior transmissibilidade”.
A OPAS informou em um comunicado que o aparecimento dessas mutações “levantou preocupação sobre a possível maior disseminação e gravidade dos casos de covid-19 na região”.
“As mutações são esperadas como parte da disseminação de qualquer vírus”, disse Sylvain Aldighieri, gerente de incidentes da OPAS, instando as autoridades a continuarem fortalecendo as medidas de controle de doenças.
Ele observou que há uma necessidade de expandir a vigilância genômica regional, investigação de surtos e rastreamento de contatos. E eventualmente será necessário “ajustar as medidas de saúde pública e sociais para reduzir a transmissão”, acrescentou.
De acordo com o especialista, com as cepas britânicas e sul-africanas, a transmissão comunitária não parece ter sido gerada até agora na região das Américas, e os casos parecem se limitar a pessoas que viajam dos dois países ou estão em contato com eles.
A terceira variante, detectada no estado do Amazonas, é mais prevalente no Brasil. No entanto, Aldighieri disse que “ainda é cedo para tirar conclusões sobre a intensidade da associação entre o surgimento da variante e a dinâmica recente de transmissão” em Manaus.
O coronavírus causou pelo menos 2,1 milhões de mortes em todo o mundo desde que o escritório da OMS na China relatou o surgimento da doença em dezembro de 2019, de acordo com uma contagem da AFP baseada em fontes oficiais.
A região das Américas é a mais afetada pela pandemia, com mais de um milhão de mortos.
Fonte: ISTOÉ