STF forma maioria para tornar réus denunciados por atos golpistas pelo 8 de Janeiro
O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria na madrugada para tornar réus a primeira leva de cem denunciados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, que culminaram na invasão e depredação das sedes dos três Poderes.
Como está o placar?
De momento, o placar está 6 a 0. O relator das investigações, Alexandre de Moraes, foi o primeiro a votar contra os denunciados no dia 18 de abril;
Ele foi acompanhado por Dias Toffoli, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes; Os ministros André Mendonça, Nunes Marques, Rosa Weber e Luiz Fux ainda precisam apresentar seus votos, via plenário virtual do Supremo, até segunda-feira (24);
Apenas Moraes apresentou um voto por escrito para colocar os acusados no banco dos réus;
O ministro é relator de dois inquéritos contra esse grupo de denunciados, que envolvem incitadores e executores dos atos golpistas;
Ainda cabem recursos contra o recebimento das denúncias. Em seguida, serão abertas ações penais, com nova coleta de provas, tomada de depoimentos de testemunhas, além de interrogatórios dos réus. Não há prazo para a conclusão dos julgamentos.
Prisão da professora
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Mantovanni aparece na Praça dos Três Poderes vestida de verde e amarelo e ressalta a quantidade de pessoas presentes no local no domingo. “Tamo chegando já, tamo chegando. É muita gente. E oh, não tem fim, não tem fim. E ainda tem gente lá no quartel, ainda tem gente no quartel. Vamo buscar agora o nosso poder”.
Nas imagens, a professora ainda pede que as Forças Armadas tomem o poder. “Pessoal, estamos aqui pacífico. Brasília, casa do povo é nossa. Me aguarde que eu vou voltar insuportável. Forças Armadas vão tomar o nosso poder. Chega de corrupção, chega, chega, chega. Agora é a nossa vez”.
Em uma rede social, a professora e se diz de direita e conservadora.
Além da professora, a psicóloga Ana Dantas, do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mogi das Cruzes, e o empresário Hedio Minoru Hiratuka, de Mogi, também foram presos em decorrência dos atos golpistas.
Crimes apontados
Os réus vão responder por crimes como:
- associação criminosa armada;
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima;
- deterioração de patrimônio tombado.
Desde o ataque, a PGR já denunciou 1.390 pessoas por atos antidemocráticos, sendo 239 no núcleo dos executores, 1.150 no núcleo dos incitadores e uma pessoa no núcleo que investiga suposta omissão de agentes públicos.
Durante a invasão, foram depredadas as sedes dos Três Poderes, num ataque à democracia sem precedentes na história do Brasil.
Naquele dia, terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas. O prejuízo é calculado em R$ 26,2 milhões
Essa é a primeira leva de denúncias analisadas pelo STF, e esses casos tiveram prioridade porque os acusados estão presos. Esse também é o julgamento do STF com o maior número de denúncias analisadas simultaneamente pelos ministros.
AliançA FM