Saúde: Paciente relata ‘graxa no pulmão’ por uso de vape, diz que ‘aparelho mata’

Saúde: Paciente relata 'graxa no pulmão' por uso de vape, diz que 'aparelho mata' Embora puxe ar pelo nariz, não consegue respirar. sensação

Saúde: Paciente relata ‘graxa no pulmão’ por uso de vape, diz que ‘aparelho mata’ Embora puxe ar pelo nariz, não consegue respirar. sensação

Saúde: Paciente relata ‘graxa no pulmão’ por uso de vape, diz que ‘aparelho mata’

Embora puxe ar pelo nariz, não consegue respirar. sensação de que você está quase morrendo. tentar fazer as coisas mais básicas do dia a dia. Este é o relato do farmacêutico Arnaldo Machado, 47 anos, que, após o uso de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, sofreu complicações graves e passou um mês e meio na unidade de terapia intensiva entre a vida e a morte.

Esses dispositivos podem ser encontrados em qualquer lugar, mesmo que a venda seja proibida no Brasil, e o consumo, principalmente entre os jovens, tem aumentado, com problemas de saúde graves.

Assim, na sexta-feira (1°), a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reúne para discutir uma proposta de consulta pública para revisar a legislação atual que regula a proibição. Em simultâneo, um projeto de lei que permitiria a venda nacional seria aprovado no Senado Federal.

Em resumo, a indústria do tabaco está sob pressão, e a principal alegação é que permitir a venda facilitaria o controle. Por outro lado, autoridades médicas e especialistas argumentam que a autorização colocaria em risco a saúde pública e seria um retrocesso no combate ao fumo.

No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM), Instituto Nacional do Câncer (Inca), Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Associação Médica Brasileira (AMB), entre outras entidades médicas, se posicionam contra a liberação dos cigarros eletrônicos no Brasil

Como funciona o vape

Com aroma e sabor agradáveis, os vapes chegaram ao mercado em 2005 com a propaganda de serem uma opção menos agressiva que o cigarro comum para pessoas dependentes de nicotina.

Os defensores principalmente argumentam que o vape é feito por vaporização, em vez de queima, o que o torna menos prejudicial. Isso contrasta com o cigarro comum, que contém tabaco e é queimado, liberando monóxido de carbono, um agente cancerígeno.

Só que os especialistas dão uma explicação diferente. Mais de duas mil substâncias estão presentes no cigarro eletrônico, incluindo glicerol, propilenoglicol, formaldeído, acetaldeído, acroleína e acetona, entre outras substâncias tóxicas e cancerígenas.

Para além disso, a maioria tem nicotina — substância altamente viciante — e em maior quantidade que o cigarro comum. O que faz com que as pessoas se viciem mais rápido.

Ele já deu origem a uma doença específica, com consequências devastadoras mesmo para aqueles que fumam vape há pouco tempo, em menos de duas décadas dos dispositivos no mercado. A evali é uma lesão pulmonar que pode levar à morte em um curto espaço de tempo.

Só nos EUA, foram cerca de 70 mortes, segundo o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), órgão de saúde norte-americano.

Graxa no pulmão e três paradas cardíacas

Arnaldo Machado tinha uma rotina saudável e se surpreendeu com a rapidez com que ficou doente por causa do cigarro eletrônico.

Fumar cigarro eletrônico custou sete meses da minha vida. Hoje, digo que o cigarro eletrônico é uma máquina de matar e vai, além disso, colocar nosso sistema de saúde sob pressão se continuar [nesse ritmo].
— Arnaldo Machado, 47 anos, farmacêutico diagnosticado com evali

Ele diz que antes de ter acesso ao cigarro eletrônico, nunca havia fumado cigarro comum. Ele usava o dispositivo em formato de pen drive que havia recebido de uma empresa norte-americana. Devido à essência de menta, ele pensou que não seria ruim.

“Tinha um sabor de menta gostoso, suave, que até parecia inofensivo. Não tinha nada a ver com cigarro comum. Passei a usá-lo socialmente. Depois, dava umas duas tragadas por dia. Fiz isso por nove meses até ver a minha vida mudar completamente”, relembra.

Em uma certa manhã, ele decidiu dar uma tragada, sentiu dor no peito e desistiu. No fim do dia, tentou de novo e, na sequência, teve febre e buscou o médico.

Quando vi a imagem do meu pulmão na radiografia, eu não acreditei. Estava completamente comprometido. Dois dias depois, já não conseguia respirar. Parecia que eu estava morrendo.
— Arnaldo Machado, 47 anos.

Ele precisou ser intubado às pressas e, depois, fazer uma traqueostomia, enquanto os médicos corriam contra o tempo para entender o que acontecia com ele.

Covid, tuberculose, pneumonia – tudo foi investigado até saberem que ele estava usando cigarro eletrônico e o diagnosticarem com evali (sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico). Saúde: Paciente relata Saúde: Paciente relata Saúde: Paciente relata

“O problema é que o cigarro eletrônico forma um vapor, que forma um óleo. Esse óleo atinge os alvéolos pulmonares, forma uma espécie de graxa e impede a troca gasosa de oxigênio com CO2 e teu pulmão entra num colapso. E foi exatamente o que aconteceu comigo”, conta Arnaldo Machado, diagnosticado com evali.

 

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