Politica: Bolsonaro confirma que ficou na Embaixada da Hungria “Não vou negar”
A Polícia Federal brasileira deve apurar as imagens das câmeras de segurança da Embaixada da Hungria em Brasília que registraram a presença de Jair Bolsonaro durante dois dias no local, após uma operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na qual o passaporte do ex-presidente foi confiscado.
O jornal The New York Times divulgou as imagens do ex-mandatário entrando na representação diplomática europeia em 12 de fevereiro e saindo do local dois dias depois.
Quatro dias antes de Bolsonaro se abrigar na embaixada, a PF tinha apreendido o passaporte dele, com base em uma investigação que apura uma suposta trama golpista liderada pelo ex-presidente para permanecer no poder após a derrota para Lula nas eleições de 2022.
“Não vou negar que estive na embaixada, sim. Não vou falar onde mais estive. Mantenho um círculo de amizade com alguns chefes de Estado pelo mundo. Estão preocupados. Eu converso com eles assuntos do interesse do nosso país. E ponto-final. O resto é especulação”, afirmou à Bolsonaro à coluna.
Pela legislação internacional, embaixadas são consideradas invioláveis, sob jurisdição de outros países, não podendo ser objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução. Isso significa que, mesmo com uma ordem de prisão, Bolsonaro não poderia ser detido dentro da embaixada sem a autorização de autoridades da Hungria.
É um caso semelhante ao que aconteceu com o fundador do site WikiLeaks, o australiano Julian Assange. Para evitar sua prisão, Assange permaneceu de 2012 a 2019 na embaixada do Equador em Londres, até que o governo equatoriano suspendeu seu asilo.
Bolsonaro esteve com primeiro-ministro da Hungria em dezembro
Bolsonaro mantém relação amistosa com o atual primeiro-ministro da Hungria, o conservador Viktor Orbán. Os dois se reuniram pessoalmente no início de dezembro em Buenos Aires, quando estavam na Argentina para prestigiar a posse de Javier Milei.
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