PEC da Transição e julgamento do orçamento secreto movimento o tabuleiro

STF retoma julgamento do orçamento secreto

 

A novela da PEC da Transição está longe de acabar  para o desespero do novo governo que precisa aprovar a proposta até semana que vem.

A tramitação da PEC está parada na Câmara e deve ser votada nessa terça-feira. O Congressoentra em recesso no dia 23 e volta só no dia 31 de janeiro de 2023. E o que está travando o andamento da PEC é o julgamento de inconstitucionalidade das emendas do relator no Supremo Tribunal Federal (STF).

Faltam apenas os votos dos ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, em sessão marcada para segunda-feira, dia 19.

Acontece que o orçamento secreto é a única exigência do Centrão para apoiar a PEC, tanto que Arthur Lira deverá insistir para que ele seja incluído na proposta.

Em uma tentativa de dobrar o Supremo, Rodrigo Pacheco antecipou para hoje a apreciação de um projeto de resolução para manter as emendas do relator com novas regras.

CCJ aprova PEC da Transição com R$ 145 bi para o bolsa família

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (6/12), o relatório da Proposta de Emenda à Constituição da Transição com mudanças em relação ao texto inicial. O objetivo principal da PEC é assegurar o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família (atual Auxílio Brasil).

Os ajustes feitos reduziram o valor total para o Bolsa Família de R$ 175 bilhões para R$ 145 bilhões, mas mantiveram o montante de quase R$ 23 bilhões para investimentos em 2023 – baseados em excesso de arrecadação. Além disso, a proposta destrava a mesma quantia para o atual governo pagar despesas e emendas de relator.

Com tudo isso, o total previsto passa a ser de R$ 168 bilhões. A matéria deve chegar ao plenário do Senado federal nesta quarta (7/12). O documento, relatado pelo senador Alexandre Silveira (PSD-MG) e aprovado pela CCJ, prevê pelo menos três mudanças principais.

Confira:

  • Mudança no valor: diminui R$ 30 bilhões – antes eram R$ 175 bilhões para o Bolsa Família, agora são R$ 145 bilhões;
  • Alteração de data: cai de quatro para dois anos;
  • Novo prazo: o governo eleito terá de encaminhar ao Legislativo nova proposta para o teto de gastos até agosto de 2023.

As mudanças foram acordadas dentro da comissão com os membros da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com o consenso dos senadores para aprovar, o texto passou pelo colegiado com unanimidade.

A matéria relatada por Silveira prevê também a ampliação do teto de gastos – regra fiscal que limita as despesas públicas e proíbe o governo aumentar despesas acima do que foi gasto no ano anterior acrescido da inflação.

Antes, a proposta encaminhada pelo governo Lula sugeria que, durante quatro anos, o Bolsa Família fosse excluído do teto, totalizando o valor de 175 bilhões — ou seja, o custo total para bancar o benefício do Bolsa Família em R$ 600 mensais, com adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos.

A matéria também dá margem de R$ 22,9 bilhões para as contas de 2023, ao executar investimentos do limite do teto com base em parcela de excesso de arrecadação do governo.

 

 

AliançA FM

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