Luto: Ex-ministro Eliseu Padilha morre aos 77 anos

Luto: Ex-ministro Eliseu Padilha morre aos 77 anos Um dos mais articulados políticos de sua geração, o ex-ministro e ex-deputado federal

Luto: Ex-ministro Eliseu Padilha morre aos 77 anos
Um dos mais articulados políticos de sua geração, o ex-ministro e ex-deputado federal Eliseu Padilha morreu na noite desta segunda-feira (13), em Porto Alegre. Aos 77 anos, Padilha sucumbiu ante um câncer que enfrentava desde 2018. Ele estava internado no Hospital Moinhos de Vento desde 22 de fevereiro de 2023. O falecimento ocorreu às 22h49min.

Segundo a assessoria do político, o velório será aberto ao público, na quarta-feira 15, no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Ainda de acordo com o comunicado, Padilha será cremado em uma cerimônia particular.

Ex-ministro

Filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) desde 1966, foi ministro em governos do PSDB, do PT e do MDB

Natural de Canela, na Serra do RS, advogado e empresário, Eliseu Padilha começou a carreira política em sua cidade natal no movimento estudantil. Em 1967, passou a morar em Tramandaí, no Litoral Norte do estado, onde se elegeu prefeito em 1989.

Obteve o primeiro mandato de deputado federal em 1995, a partir de quando começa a ocupar cargos no Executivo e na direção do PMDB nacional. Exerceu quatro mandatos de deputado federal pelo RS entre os anos de 1995 e 2015.

Padilha foi ministro de estado quatro vezes, em três governos diferentes: entre 1997 e 2001, foi Ministro de Transportes de Fernando Henrique Cardoso.

Durante o governo de Dilma Rousseff, foi ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, cargo que cumpriu entre janeiro e dezembro de 2015. Nomeado logo no primeiro dia do segundo mandato de Dilma, Padilha acabou acumulando funções políticas ao longo de 2015, em boa medida para ajudar Temer a aprovar medidas de ajuste fiscal encomendadas pela petista.

Padilha nasceu em Canela, na serra gaúcha, na antevéspera do Natal de 1945. Filho de um casal vinculado ao trabalhismo, demorou a se interessar por política. Primeiro, se encantou pelas artes, atuando em peças de teatro e na banda marcial do Colégio Maria Imaculada. Se consagrou nos palcos vivendo ora Gumercindo Tavares, personagem do monólogo As Mãos de Eurídice, de Pedro Bloch, ora tocando com rara precisão pistom e corneta — habilidade que lhe rendeu o primeiro emprego, como afinador em uma fábrica de acordeões.

Na mesma época, Padilha começava a dar os primeiros passos na política, se aproximando dos grêmios estudantis. Em seguida, passaria a acompanhar um dos mais proeminentes políticos da região, Pedro Simon. Em 1966, ao se formar em Contabilidade, Padilha escolheu Simon como paraninfo da turma. À época, o emedebista montava a comissão provisória do partido em Canela, entregando ao pupilo o cargo de secretário-executivo.

Padilha não permaneceu muito tempo na cidade. No ano seguinte, mudou-se para Tramandaí, ingressando no ramo da construção civil no Litoral Norte. Em parceria com o empresário Affonso Penna Khury, se tornou um dos maiores incorporadores imobiliários da região.

Passou todo o regime militar atuando na iniciativa privada, mas sem jamais se desligar da política. Formado em Direito pela Unisinos, em 1988 concorreu a prefeito de Tramandaí. Numa disputa ferrenha, venceu o candidato do PDT por apenas 90 votos de diferença (3.556 a 3.466). Ao final do mandato, já era um dos mais atuantes quadros do MDB, sendo um dos principais estrategistas da exitosa campanha que elegeu Antônio Britto governador do Estado em 1994.

Padilha se elegeu deputado federal no mesmo ano, mas acabou seduzido pelo convite de Britto para assumir a Secretaria Estadual do Trabalho, Cidadania e Assistência Social. O encanto durou pouco e, ao cabo de 10 meses, assumiu a cadeira na Câmara. Não tardou a galgar o posto de vice-líder do PMDB, atuando com destreza na aprovação da emenda da reeleição, que permitiu um segundo mandato consecutivo para presidente, governadores e prefeitos.

A doença e as complicações jurídicas fizeram Padilha submergir. Evitava aparições públicas e declarações sobre conjuntura política, dedicando-se apenas à família e aos negócios. Em 2022, voltou a circular durante a pré-campanha de Gabriel Souza, seu afilhado político, ao governo do Estado. Participou de articulações na formação de alianças e ajudou Gabriel a convencer o MDB a indicá-lo vice de Eduardo Leite na chapa ao Piratini. Esteve na festa da vitória e voltou a despachar na sede do partido, no centro de Porto Alegre, delegando tarefas e cobrando resultados. Luto: Ex-ministro Eliseu Padilha Luto: Ex-ministro Eliseu Padilha

Em fevereiro, Padilha soube que o câncer já estava em fase de metástase. Foi internado para fazer quimioterapia, mas as sessões não surtiram o efeito desejado, e o quadro se agravou nos últimos dias.

Padilha deixa sua esposa, Simone Camargo, seis filhos (Christiane, Aline, Robinson, Taoana, Tales e Elena), cinco netos (Catherine, Victor, Letícia, Gabriella e Rafael) e o irmão, João Padilha.

 

AliançA FM

 

 

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