Lula condena taxa básica juros e não descarta mudança na meta de inflação

Lula condena taxa básica juros e não descarta mudança na meta de inflação
O presidente Lula (PT) questionou na manhã desta quinta-feira (6) a atual meta de inflação do país.

“Se a meta está errada, muda-se a meta”, disse o presidente da República em café com jornalistas ao ser questionado sobre os juros.

A meta de inflação, de 3,25% para 2023, podendo oscilar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, é o parâmetro usado pelo Banco Central (BC) para definir a Selic, a taxa básica de juros do país, hoje em 13,75% ao ano, uma das mais altas do mundo.

Quando muito baixas, essas metas obrigam o BC a subir mais e mais a taxa de juros – o que ajuda a controlar os preços, mas dificultam o crescimento da economia.

“É humanamente inexplicável a taxa de juros de 13%, juro real [descontada a inflação] de 8,5%. Não é possível a economia funcionar, e não é o Lula que está dizendo isso. Qualquer empresário que vocês entrevistarem daqui para frente vai dizer”, afirmou o presidente aos jornalistas.

Ao questionar a meta de inflação, Lula fez referência a uma afirmação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de março. Na ocasião, Campos Neto afirmou que, se o Banco Central quisesse atingir a meta de inflação de 2023, os juros teriam de estar em 26,5%, e não nos 13,75% atuais, uma das mais altas do mundo.

O governo tem como mudar a meta de inflação. Esse parâmetro é definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), no qual o governo tem 2 dos 3 votos: o colegiado é formado pelos ministros da Fazenda (hoje, Fernando Haddad), do Planejamento (Simone Tebet) e pelo presidente do BC. Lula condena taxa básica Lula condena taxa básica

Questionado, Lula não esclareceu se de fato pretende mudar a meta.

Diretores do BC vão ser indicado ‘de acordo com interesses do governo’

Lula afirmou também que irá mudar os diretores do Banco Central “de acordo com os interesses do governo” – o presidente poderá substituir 2 dos 9 integrantes ainda em 2023 – e voltou a mirar em Campos Neto, que assumiu o cargo durante o governo Bolsonaro.

“Não vou ficar brigando com o presidente do Banco Central, ele tem dois anos de mandato, quem indicou ele foi o Senado [na verdade, o Senado aprovou a indicação, feita por Jair Bolsonaro]. E daqui a dois anos vai-se discutir o novo presidente do Banco Central. E os novos diretores, nós vamos mudar de acordo com os interesses do governo.” (com informações G1).

 

AliançA FM

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