Gonçalves Dias faz depoimento à PF e nega responsabilidade por atos
O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Gonçalves Dias deixou a sede da Polícia Federal, em Brasília, no começo da tarde desta sexta-feira (21/4), após prestar depoimento por mais de quatro horas. Ele chegou no prédio por volta das 9h20 e saiu às 13h30. Dias foi ao local para ser ouvido sobre os ataques do 8 de janeiro. Aos investigadores, ele negou ligação com os atentados.
A oitiva ocorreu por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele aparece em imagens captadas pelas câmeras do Palácio do Planalto durante a invasão de extremistas. Nos vídeos, Dias circula entre os invasores, sem apresentar reação. Moraes quer saber se ele escondeu as imagens do governo e da própria Polícia Federal e as explicações para a presença dele no local.
Durante o depoimento, o ex-ministro negou que tenha envolvimento com a invasão dos prédios públicos, disse que a investigação provará sua inocência e que decidiu se afastar do cargo para atuar em sua defesa.
As diligências também buscam informações sobre quem deu a ordem para que Dias, como é conhecido, fosse até o Palácio do Planalto, se ele foi por conta própria e por qual motivo não reagiu ou comandou militares do GSI para que eles atuassem em relação aos ataques que estavam em andamento. Após a repercussão do caso, o então ministro pediu demissão.
Moraes tirou sigilo das imagens
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, levantou na tarde de hoje o sigilo das imagens da invasão. Segundo Moraes, as filmagens devem ser entregues ao STF em até 48 horas.
No início da noite, o chefe interino do GSI, Ricardo Capelli, afirmou que começará amanhã os trabalhos para tornar públicas todas as imagens.
Moraes tomou outras duas decisões: além de cobrar as imagens, ordenou que o GSI entregue uma cópia da sindicância aberta pelo órgão para apurar o caso, e que a Polícia Federal interrogue todos os agentes do GSI que estavam no Planalto no dia do ato.
Na próxima quarta-feira (26) quem presta depoimento é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele deve explicar se tem ou não ligação com os ataques aos prédios da Câmara, do Supremo e do Congresso Nacional. O ex-chefe do Executivo é acusado de incitar as depredações por conta de postagem nas redes sociais.