Fiocruz detecta nova variante da ômicron no Amazonas

Fiocruz detecta nova variante da ômicron no Amazonas

 

Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram o surgimento de uma nova variante da Ômicron no Amazonas. A variante é uma sublinhagem da cepa BA.5, já conhecida, e pode ser responsável pelo recente aumento no número de casos de Covid-19 no estado.

As descobertas, realizadas por pesquisadores da Rede Genômica Fiocruz, foram divulgadas no sábado (12) pela equipe.

O pesquisador Tiago Gräf, da Rede Genômica, afirma que o Amazonas tem sido um território especial de monitoramento da Covid-19. “O que ocorre no estado tende a se repetir em outras regiões e pode estar acontecendo novamente”.

Segundo os especialistas, a descrição de mais uma variante reforça a importância do sequenciamento genômico e estudo contínuo da evolução do coronavírus.

Para investigar o que poderia estar causando esse ressurgimento da Covid-19 no estado, a equipe de Naveca sequenciou mais de 200 genomas do vírus SARS-CoV-2 de setembro a outubro, o que permitiu a identificação da nova variante.

Naveca afirma que um dos fatores que facilita a  de novas variantes é que o Amazonas tem a maior cobertura de sequenciamento do Sars-CoV-2 do Brasil, em função do número de casos confirmados, a qual é a medida utilizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Como fazemos a vigilância em um percentual grande de casos, trabalhando em parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde do estado e o Lacen/AM, conseguimos fazer essas identificações de maneira precoce e explicar como se deu o surgimento das variantes”, diz o virologista.

A BE.9 é uma evolução da sublinhagem BA.5.3.1, ou seja, é uma Ômicron da linhagem BA.5. Em função das mutações encontradas na BA.5.3.1 do Amazonas, foi solicitado, ao comitê responsável pela classificação das linhagens (Pangolin, localizado no Reino Unido), que fosse criada uma designação própria para essa sublinhagem, agora chamada oficialmente de BE.9, segundo o pesquisador.

“A BE.9 e a BQ.1.1 têm suas diferenças em outras regiões do genoma, mas na [proteína] spike são muito similares. É por isso que é muito importante que monitoremos de perto a BE.9”, prosseguiu Gräf. Por outro lado, o pesquisador reforçou que ambas as subvariantes não parecem provocar um aumento de casos graves da doença no Amazonas.

O Brasil tem registrado um aumento na média móvel de contágios. Na segunda-feira foram registrados 9.128 novos casos – uma variação de 71% em relação à média das duas semanas anteriores. A pior média móvel foi registrada em janeiro deste ano, com mais de 188 mil casos..

 

AliançA FM    

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