Empresas fantasmas irrigou esquema que envolve assessor de Lira
Empresas fantasmas irrigou esquema que envolve assessor de Lira
Quem entra no elevador logo percebe que, ao contrário dos demais, o botão para o segundo piso não funciona. Pela escada também não há acesso. A porta que leva ao andar está trancada. É um pavimento fantasma no centro de Brasília. Ali perto, onde deveria haver uma empresa de serviços de informática, funciona um curso para dentistas.
Os investigadores sustentam que as empresas ligadas a Pedro e Juliana Salomão “têm substancial e intensa participação em possível esquema de lavagem de capitais, supostamente ocultando e dissimulando bens”. Segundo a PF, a fornecedora dos kits de robótica comprados pelas prefeituras alagoanas provavelmente, de forma superfaturada, a Megalic, repassou R$ 1,4 milhão para três empresas do casal entre 2021 e 2022. Empresas fantasmas
Depois que recebiam os aportes, as empresas, que seriam de fachada, faziam repasses para uma casa lotérica de nome sugestivo: Mina. Entre setembro do ano passado e janeiro deste ano ou seja, em apenas quatro meses R$ 2,4 milhões transitaram entre contas da loteria e das empresas de Pedro e Juliana. Os donos da “Mina” têm outras duas loterias em Brasília. Empresas fantasmas
A lotérica seria, a julgar pela suspeitas levantadas pelos policiais, uma das jazidas de dinheiro vivo do casal, que ia rotineiramente ao estabelecimento para fazer saques. No dia 27 de dezembro de 2022, quando já estava sendo monitorado, Pedro entrou com uma bolsa vermelha na lotérica. No pedido de prisão feito pela PF à Justiça de Alagoas, os investigadores dizem que, “fazendo análise dos vídeos de chegada e saída da lotérica”, a bolsa “chega à lotérica vazia e volta da lotérica com um certo volume”.
Um relatório da investigação afirma que é “possível inferir que provavelmente a lotérica funciona com uma espécie de lavanderia para as quantias ilícitas movimentadas pelas empresas do casal Pedro e Juliana” dinheiro que, depois, era repassado aos outros investigados. O horário em que ele costumava ir até a loteria também chamou a atenção. “As idas à lotérica de Pedro são sempre realizadas no final do expediente diário”, “momento em que há um maior quantitativo de recursos em espécie no estabelecimento”. Ao que tudo indica, diz o relatório, Pedro “realiza transferências bancárias e, logo em seguida, vai buscar a quantia em espécie”.
As firmas do casal também faziam repasses entre si, mesmo sem ter atividade comprovada, num movimento supostamente destinado a limpar o rastro sujo dos recursos. A PF encontrou muitos saques dessas contas, sempre fracionados, o que amplia ainda mais as suspeitas de que se tratava de uma tentativa de burlar os mecanismos de fiscalização. Empresas fantasmas
A lista de empresas ligadas ao casal da mala do esquema do MEC é eclética. No papel, as firmas declaram atuação em diversos segmentos, de informática a turismo, passando por reparação de carros, consultoria, vestuário e comunicação. Tem também casa noturna. Uma outra tem como negócio principal a venda de coxinhas.
A empresa Exclusiva Tecnologia Limitada, por exemplo, recebeu das demais firmas do casal cerca de R$ 500 mil nos primeiros quatro meses de 2022. A Exclusiva tem endereço declarado no Edifício Trindade, em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília. Com um detalhe: ela declara funcionar na sala 202, onde há um escritório de contabilidade. No local, um funcionário disse que é frequente o movimento de pessoas procurando a Exclusiva. A resposta que ele dá é sempre a mesma: “Não sei como ajudar”.
Em nota, o escritório de advocacia que faz a defesa do casal Pedro e Juliana Salomão afirmou que “seus clientes não têm nenhum envolvimento com as supostas fraudes apontadas pela PF e estão à disposição para colaborar com os órgãos de investigação”. (Com informações Metrópoles)
AliançA FM