China realiza simulação de cerco a Taiwan com navios e aviões
Em uma demonstração de força, a China começou a fazer manobras militares para simular o cerco a Taiwan.
Uma advertência severa: assim o governo de Pequim chamou as manobras militares ao redor de Taiwan nos próximos três dias. Temendo uma aproximação ainda maior entre Taiwan e os Estados Unidos, a China mandou nove navios e mais de 70 aviões militares.
Para a imprensa estatal chinesa, é uma grande demonstração de poder de fogo: artilharia de foguetes de longo alcance, contratorpedeiros navais, barcos com mísseis, caças da Força Aérea, bombardeiros e reabastecedores.
As manobras começaram horas depois que a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, voltou de uma viagem ao território americano. Em Washington, ela se encontrou com o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, na quarta-feira (5).
A presidente do país, Tsai Ing-wen, esteve nesta semana com o presidente da Câmara de Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, do partido Republicano. Não houve anúncio de nenhum acordo durante o encontro. A reunião, porém, serviu como um aceno de que Taiwan tem respaldo internacional.
A reunião foi vista como uma provocação pelo governo da China, que se considera dona do território de Taiwan.Os chineses prometeram ainda uma resposta. Tsai Ing-Wen afirmou que o treinamento faz parte de “um contínuo expansionismo autoritário” da China.
Qual é a relação de Taiwan com os EUA?
Após o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 e a guerra civil chinesa em 1949, dois países na Ásia passaram a atender pelo nome de China: a “República da China”, em Taiwan, que reivindica todo o território chinês desde a derrota na guerra civil, e a “República Popular da China”, proclamada por Mao Tsé-Tung em Pequim em 1949 e que vê Taiwan como uma província rebelde. Essas visões são sustentadas por constituições dos dois territórios até os dias de hoje.
O Partido Comunista Chinês, que governa o lado continental, nunca regeu sob a ilha de Taiwan desde então. Taiwan, por sua vez, nunca conseguiu ditar os rumos da política além do seu território – a região tem eleições democráticas e alternância de governo desde a década de 90.
Por um tempo, ninguém quis mudar essa situação. China realiza simulação de China realiza simulação de
Até que em 2005 Pequim aprovou a Lei Anti-Secessão, que permite ao “Exército de Libertação” chinês reprimir, sob força de armas, uma eventual declaração de independência de Taiwan. O regime chinês aponta já há anos milhares de mísseis na direção de Taiwan, cujo território mais próximo da República Popular da China fica a menos de dois quilômetros de distância. As tensões militares nos dois lados do Estreito de Taiwan têm crescido com frequência.
Isolados da comunidade internacional
Até o início dos anos 70, Taiwan era reconhecida pela comunidade internacional como “República da China”. Em 1971, contudo, a Organização das Nações Unidas decidiu que Pequim passaria a representar a China em todos os seus órgãos. Com isso, a “República da China” foi “substituída” pela comunista República Popular da China.
No ano seguinte, o governo alemão retomou os laços diplomáticos com a República Popular da China. A decisão à época foi baseada na política de unidade chinesa, que reconheceu Pequim como o único governo legítimo da China e veta relações diplomáticas com o lado taiwanês, entendimento que continua a vigorar ainda hoje. Atualmente, apenas 14 Estados da comunidade internacional reconhecem Taiwan, entre eles o Vaticano.
AliançA FM