O presidente Jair Bolsonaro (PL) marcou para esta segunda-feira (18) uma reunião com embaixadores estrangeiros para falar sobre as eleições de 2022 no país. Ele já questionou diversas vezes a confiança do sistema eleitoral brasileiro, apesar de não apresentar provas que comprovem as acusações.
O encontro ocorre após uma reunião realizada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, com representantes de outros países em maio. Na ocasião, o ministro reafirmou a segurança do sistema eleitoral e manifestou preocupação sobre os ataques às urnas eletrônicas.
Bolsonaro chamou, em junho, a reunião de Fachin de “estupro” contra a democracia. Durante o encontro, o presidente do TSE pediu que a comunidade internacional ficasse em alerta durante as eleições no Brasil.
O chefe do Executivo planeja desde o mês passado um encontro com embaixadores. Ele chegou a convidar Fachin, que recusou. O TSE afirmou que “o dever de imparcialidade” impede o ministro de comparecer a eventos organizados por pré-candidatos às eleições.
Na época do encontro de Fachin com os diplomatas, Bolsonaro afirmou que o ministro pensava “em dar um golpe”. O presidente disse que o chefe do TSE o “atacou” no evento ao retratá-lo “como um homem que não respeita a Constituição e o processo eleitoral”.
“Fachin convidou 70 embaixadores para ouvir dele as maravilhas que são as urnas eletrônicas brasileiras”, disse. Ele afirmou ainda que a política externa brasileira era responsabilidade do presidente da República e do ministro [Carlos] França [das Relações Exteriores]”.
O TSE e o STF afirmaram, na época, que não iriam comentar as declarações de Bolsonaro.
Na tarde do último domingo (17), em entrevista à CNN, Bolsonaro afirmou que “tem 40 embaixadores confirmados” na reunião.
“Tem uns quarenta já confirmados. Eu abri o convite para todo mundo, a ideia minha inicial era convidar uns 50? Então eu falei ‘porque vai excluir? Qual é o critério para excluir?’ Não tem que ter critério. Vem quem quer. Convite, não é? Não tenho poder de convocar também, e deixar bem claro uma coisa que o Fachin não levou em conta: quem trata da política externa é o presidente da República, de acordo com a Constituição”, disse Bolsonaro.
Ele ainda confirmou a presença de ministros como o da Defesa, o General Paulo Sérgio Nogueira, e Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil, além deBraga Netto, pré-candidato a vice na chapa com Bolsonaro.
AliançA FM