Lula confirma Haddad no ministério da Fazenda e mais quatro ministros

Lula confirma Haddad no ministério da Fazenda e mais quatro ministros

 

O presidente eleito, Lula, anunciou nesta sexta-feira (9) os nomes de cinco ministros do futuro governo e confirmou Fernando Haddad no Ministério da Fazenda.

Quatro novos ministros participaram do anúncio ao lado de Lula: Fernando Haddad assumirá o Ministério da Fazenda; Flávio Dino, o da Justiça e Segurança Pública; Rui Costa, a Casa Civil; José Múcio Monteiro, o da Defesa; e Mauro Vieira será o novo ministro das Relações Exteriores. Ele já comandou o Itamaraty no governo Dilma e foi o único que não compareceu nesta sexta. Vieira mora na Croácia, onde é embaixador do Brasil.

Fernando Haddad, do PT, é professor da USP, formado em direito, com mestrado em economia e doutorado em filosofia. Foi ministro da Educação nos governos Lula e Dilma. É ex-prefeito de São Paulo e perdeu a disputa pelo governo do estado nas últimas eleições.

O senador eleito, Flávio Dino, do PSB, vai assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que a princípio permanece sendo um ministério só. Dino é advogado. Já foi secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, presidente da Embratur e duas vezes governador do Maranhão.

José Múcio Monteiro já foi deputado pelo PTB. Foi ministro da Articulação Política de Lula e ministro do Tribunal de Contas da União até o ano passado.

O economista Rui Costa, do PT, foi deputado federal pela Bahia e está terminando o segundo mandato como governador do estado.

Ao anunciar os nomes, Lula destacou a qualificação dos novos ministros.

“Podem ter certeza que nós não temos o direito de não fazer a coisa correta e de não tratar com muito carinho as pessoas mais necessitadas desse país. Esses companheiros que foram anunciados hoje, eu espero que eles passem a trabalhar como jamais trabalharam porque a tarefa que lhes foi incumbida será sempre mais difícil do que as tarefas que eles já cumpriram”, disse Lula.

O presidente eleito antecipou o anúncio que estava previsto para a próxima semana. Com isso, a expectativa é facilitar as negociações para aprovação da PEC do Bolsa Família na Câmara. A proposta já passou pelo Senado.

“Eu já conversei duas vezes com o presidente Lira, eu conversei duas vezes com o presidente Rodrigo Pacheco e se for preciso conversar dez vezes eu conversarei dez vezes para que a gente possa fazer aquilo que for melhor para o povo brasileiro no começo do nosso governo”, afirmou Lula.

A negociação da PEC também está na mira do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesta sexta-feira (9), ele fez questão de reafirmar o compromisso com o controle das contas públicas. O tema é considerado fundamental. Haddad disse que tem um histórico de administração responsável.

“Olha o investment grade da prefeitura de São Paulo. Fui o primeiro prefeito a conseguir grau de investimento no país. Se você não olhar a trajetória da pessoa, você vai cair em fake news. Vai sair no ano que vem. Temos prazo inclusive na Constituição para fazer o arcabouço fiscal’, disse Haddad.

Além do Ministério da Fazenda, a área da economia terá ainda os ministérios do Planejamento e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A Federação Brasileira de Bancos divulgou uma nota sobre a nomeação de Haddad. Disse que ele é um político experiente, afeito ao diálogo, com qualidades reconhecidas e que já assumiu compromisso com o crescimento, a agenda social e a responsabilidade fiscal. A Febraban se colocou à disposição para colaborar.

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou o delegado Andrei Passos como o novo diretor-geral da Polícia Federal. Na PF há quase 20 anos, Andrei foi chefe da segurança de Lula durante a campanha eleitoral. Antes, ele comandou a segurança de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Flávio Dino disse que a preocupação do presidente eleito é manter diálogo com policiais e agentes de segurança.

“Quero consignar aos policiais, suas famílias, todos os profissionais de segurança pública, que o presidente Lula determinou que na transição e também no exercício do governo nós estejamos muito próximo dos policiais. Não há nenhuma razão para não haver amplo diálogo com todos os profissionais da segurança pública e isso vai ocorrer por determinação do presidente Lula”, afirmou.

Associações de trabalhadores na área, como Associação dos Delegados da Polícia Federal, dos peritos criminais federais, e Associação Nacional dos Policiais Federais divulgaram notas em apoio à nomeação de Flávio Dino e à indicação de Andrei Passos Rodrigues e em defesa de uma Polícia Federal independente, republicana e de estado.

O futuro ministro da Defesa, José Múcio, também já anunciou indicações para cargos. Disse que seguiu o critério da antiguidade para escolher os comandantes das Forças Armadas: o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno para a Aeronáutica; na Marinha, o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen; no Exército, o general Júlio Cesar de Arruda; e o almirante de esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire para comandar as Forças Armadas. A atitude mostra deferência com a independência militar.

“Vamos conversar para que tudo seja tranquilo como se fosse uma passagem de comando, uma mudança de guarda. Tem que apaziguar, esse é o papel principal, a harmonia entre as forças”, disse José Múcio.

No fim do dia, o futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa, deu uma entrevista e voltou a falar sobre mobilização do governo de transição para aprovação da PEC do Bolsa Família. Ele disse que a orientação de Lula é para que todos os ministros anunciados nesta sexta trabalhem na negociação com o Congresso.

“Todo mundo vai trabalhar, todos os ministros já nomeados ou eventualmente. Tem muita gente que não é ministro, mas que todo mundo está ajudando. É um mutirão a favor do Brasil, não é a favor do governo atual, não é a favor do Lula, até porque o que está se resolvendo e dando possibilidade, os dois presidentes que foram candidatos, que foram para o segundo turno anunciaram, se comprometeram com o povo brasileiro que seriam mantidos esses programas. Todo mundo vai trabalhar para o convencimento e a votação como o projeto saiu do Senado e nós, evidentemente, ajudaremos nesse sentido”, disse Rui Costa.

(Com informações G1)

AliançA FM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *