Consumo de carne bovina é menor desde 1996

Preço da carne dobra e churrasco na copa fica difícil

 

Taxa anual deve chegar a 24,8 kg por pessoa em 2022, segundo Companhia Nacional de Abastecimento. Proporção já chegou a 38,3 kg em 2013. Disponibilidade de carne por pessoa é calculada a partir dos números de produção, importação e exportação.

O consumo de carne bovina deve cair ao menor nível nos últimos 26 anos, com 24,8 kg consumidos por cada brasileiro durante o ano de 2022.

A maior proporção da série histórica foi registrada em 2006, quando havia uma disponibilidade de 42,8 kg de carne bovina por pessoa.

Já nos últimos 10 anos, a maior taxa foi registrada em 2013 (38,3 kg).

É o que revelam dados estimados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que iniciou o levantamento em 1996.

Em 2021, as estatísticas estimadas de disponibilidade interna já tinham mostrado uma queda histórica no consumo. Nos últimos cinco anos, a queda deve ser de 26,8% no Brasil.

A disponibilidade do produto é calculada subtraindo o volume exportado de carne do que é produzido nacionalmente e importado.

Consumo de carne bovina no Brasil

Ano Kg/ por habitante
2012 35,9
2013 38,3
2014 35,3
2015 33,2
2016 33,9
2017 33,9
2018 33,9
2019 30,6
2020 27,7
2021* 27,8
2022* 24,8

Por que o consumo cai

A baixa é um reflexo do aumento da fome no Brasil. Um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) mostrou recentemente que 61,3 milhões de brasileiros lidam com algum tipo de insegurança alimentar.

Contribui para isso o aumento dos preços dos alimentos. Em maio o preço da carne subiu mais do que o dobro da inflação nos últimos 2 anos.

E, por outro lado, especialistas apontam que o consumo diminuiu e deve continuar nesta tendência nos próximos anos também por questões ambientais e mudanças culturais.

“E a carne bovina tem uma condição de produção muito diferente das outras, porque demanda muitos insumos e tempo para ser produzida”, explica. Esses fatores, juntos, contribuem para o aumento do preço, com a consequente diminuição do consumo por parte dos brasileiros.

O que se vê, em contrapartida, é o maior consumo de aves e suínos, carnes mais baratas e acessíveis. O diretor da Conab ressalta que a injeção de dinheiro nas camadas mais pobres, por meio dos auxílios, levou as pessoas a comer mais esse tipo de proteína.

 

AliançA FM

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