Um vídeo mostra o momento em que uma policial anuncia a prisão dos alunos suspeitos de fraudar documentos para cursar medicina em uma faculdade de Rio Verde, no sudoeste de Goiás. A investigação apura se as fraudes custavam até R$ 80 mil. Alguns deles entraram já nos períodos finais da graduação e faziam atendimento à população.
Ao todo, foram 19 presos, sendo 17 em Goianésia, um em Formosa e um em Barreiras, na Bahia. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados. Por isso, o g1 não localizou as defesas deles para se manifestarem sobre as prisões.
No vídeo, a delegada Taísa Antonello vai até uma sala de aula onde estão os suspeitos. Ela lê os nomes dos investigados, que se identificam um a um.
“Nós identificamos um problema em uma documentação de vocês e, em decorrência disso, nós vamos ter que conduzir vocês para a delegacia”, disse a policial.
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Outras imagens mostram quando os estudantes saem escoltados por policiais, vão até uma van da universidade e são levados para a delegacia, onde foram ouvidos.
“Vários dos investigados contribuíram com informações para a investigação. Muitas confessaram a fraude. Temos estudantes faziam medicina no Paraguai e Bolívia. Alguns nunca tinham feito faculdade de medicina e já estavam em períodos adiantados do curso. Outros já eram formados em áreas da saúde como fisioterapia e enfermagem”, disse o delegado Danilo Fabiano.
A investigação levantou que quatro estudantes são da mesma família, sendo uma mulher, seus dois filhos e seu irmão. Outro caso que chamou a atenção da polícia foi de quatro são casais, sendo marido e mulher.
O delegado explicou ainda que alguns dos investigados foram estudar fora do país sem ter todas as informações de como funciona o processo para voltar ao país e atuar como médico.
“Um deles disse que estava estudando na Bolívia e foi procurado por uma pessoa oferecendo essa transferência fraudulenta e ele aceitou”, contou.
Fraude
A polícia explicou que, para fazer a transferência para uma faculdade, o aluno deveria estar matriculado em uma instituição no Brasil, pois não há como fazer a mudança sendo de uma universidade estrangeira. Os que concluíram o curso precisam passar por uma prova para revalidar o diploma.
Para burlar essa regra, os alunos pagavam para que fossem fraudados documentos como se eles já cursassem medicina no Brasil.
Com isso, eles solicitavam a transferência para outras faculdades. “Identificamos oito faculdades que tiveram os nomes usados para a falsificação. E temos indícios de mais de dez faculdades onde têm alunos com documentação irregular”, contou o delegado.
Investigação
A investigação começou após a Universidade de Rio Verde (UniRV) desconfiar de fraudes e levar o caso à Polícia Civil. A instituição de ensino disse, em nota, que identificou fortes evidências de fraude documental praticada por alguns dos candidatos no processo de transferência. A instituição explicou que as faculdades que seriam de origem dos alunos confirmaram as irregularidades.
O comunicado diz ainda que a universidade comunicou as fraudes à Polícia Civil, que assumiu o caso e orientou na continuidade da transferência para não atrapalhar a investigação. Após a operação policial, a instituição comunicou que vai expulsar os estudantes investigados.
Sobre os alunos que já estavam fazendo internato, atendendo a população, a faculdade disse que, como eles já eram investigados, todos eram acompanhados pontualmente.
AliançA FM
Com informações de Vitor Santana, g1 Goiás