Tribunal revoga ordem de prisão contra Marcola no processo dos ‘Crimes de Maio’
Tribunal revoga ordem de prisão contra Marcola no processo dos ‘Crimes de Maio’
Em 2006, o chefe do PCC foi envolvido em semanas de ataques a alvos civis e militares.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) anulou uma ordem de prisão preventiva de 16 anos contra o chefão do PCC Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, que tem uma pena de mais de 300 anos para cumprir. Apesar da “vitória” judicial, devido às inúmeras condenações e outros processos em que está envolvido
A decisão foi tomada na última sexta-feira (29) durante um julgamento virtual da 2a Câmara de Direito Criminal da corte paulista. Os desembargadores viram constrangimento ilegal no caso e indicaram a preventiva de “excesso de prazo”, de acordo com o voto do relator Laerte Marrone. Tribunal revoga ordem de prisão Tribunal revoga ordem de prisão
Marcola foi preso em setembro de 2016 como parte de um processo em que ele e outros 18 réus estavam envolvidos. O mandado de prisão que agora foi revogado foi emitido contra ele. Homicídio qualificado, associação criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico são temas da ação.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) acusa Marcola de dois homicídios, um consumado e outro tentado. Os crimes teriam sido cometidos em conjunto com Julinho Carambola, conhecido como outro líder máximo do PCC, Júlio César Guedes de Moraes.
A Promotoria afirma que Marcola e Carambola causaram o período de terror que o PCC impôs a São Paulo em 2006, quando membros da facção explodiram bombas e granadas e fuzilaram policiais e desafetos ao longo de semanas.
De acordo com o Ministério Público, Marcola e Carambola ordenaram aos membros da facção que “matassem todos os policiais, civis e militares, e demais autoridades que encontrassem no Estado de São Paulo a partir do dia 12 de maio de 2006”.
Os dois foram acusados de matar o PM Nélson Pinto a tiros e tentativa de matar o policial Marcelo Henrique dos Santos. O chefão do PCC foi sentenciado a ser levado a júri popular pelos crimes em 2019. O julgamento ainda não foi feito.
A revogação da preventiva foi atendida pela defesa de Marcola, que solicitou que a ordem de soltura já concedida a Adriano Bezerra Messias, um outro acusado de pertencer às fileiras do PCC, fosse prolongada.
A decisão do Tribunal de Justiça, divulgada na sexta-feira, exige que o juiz de primeiro grau responsável pelo caso tome “todas as medidas necessárias para viabilizar o julgamento no menor tempo possível”, incluindo considerar a divisão do processo.
AliançA FM