Um total de 19.373 casos confirmados de coronavírus e 684 mortes ligadas à doença foi registrado no Brasil nas últimas 24 horas, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Ministério da Saúde divulgados nesta segunda-feira (17/08).
O balanço eleva o total de infecções para 3.359.570 e o total de óbitos para 108.536. Ao todo, 2.478.494 pessoas se recuperaram da doença, e 772.540 estão em acompanhamento, segundo o ministério. O Conass não divulga número de recuperados.
Diversas autoridades e instituições de saúde alertam, contudo, que os números reais de casos e mortes devem ser ainda maiores no país, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação. As cifras reportadas no fim de semana e na segunda-feira também costumam ser mais baixas, já que equipes responsáveis pela notificação trabalham em escala reduzida.
São Paulo é o estado brasileiro mais atingido pela epidemia, tendo superado a marca de 700 mil casos nesta segunda-feira. Ao todo, 702.665 pessoas foram infectadas, e 26.899 morreram no estado. O total de casos no território paulista supera os registrados em quase todos os países do mundo, exceto Estados Unidos, Índia e Rússia.
A Bahia é o segundo estado brasileiro com maior número de casos, somando 217.115, mas fica atrás de São Paulo, Rio de Janeiro (14.566 mortes), Ceará (8.163), Pernambuco (7.210) e Pará (5.945) em número de mortos, com 4.475 vidas perdidas para a doença.
O Ceará é o terceiro em número de infecções, com 198.202, seguido do Rio, que tem 194.651 casos, e do Pará, com 178.375 pessoas infectadas.
A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes é atualmente de 51,6 no Brasil – cifra bem acima da registrada em países vizinhos como a Argentina (12,82) e o Uruguai (1,10), considerados exemplos no combate à pandemia.
Por outro lado, nações europeias duramente atingidas, como o Reino Unido (70,37) e a Bélgica (87,02), ainda aparecem bem à frente. Esses países começaram a registrar seus primeiros casos antes do Brasil, e o número de óbitos diários está atualmente na faixa das dezenas, com o pico tendo sido registrado em abril e maio.
Presidente do BNDES testa positivo
O vírus também atingiu em cheio a cúpula do governo brasileiro, tendo infectado uma série de ministros e o presidente Jair Bolsonaro. Nesta segunda-feira, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que seu presidente, Gustavo Montezano, também testou positivo para o coronavírus, em exame realizado na semana passada.
O banco informou que Montezano adotou espontaneamente medidas de isolamento social assim que sentiu os primeiros sintomas. O estado de saúde do chefe do BNDES “é bom, e ele seguirá exercendo suas atividades em regime de home office”, informou o banco em nota.
No último fim de semana, o Brasil completou três meses sem um ministro da Saúde. O posto vem sendo ocupado interinamente desde 15 de maio pelo general Eduardo Pazuello, que não tinha experiência na área e indicou militares para quase todos os postos-chave do ministério.
Na sua gestão, as mortes e novas notificações de casos dispararam no país. Foram mais de 90 mil novos óbitos e mais de 3 milhões de casos registrados desde que a pasta passou a ser gerida por Pazuello e outras dezenas de militares.
Na prática, o ministério, sob os militares, vem referendando sem questionamentos as diretrizes de Bolsonaro, que é contra medidas amplas de isolamento social e que promove a cloroquina como uma “cura” contra a covid-19, mesmo sem embasamento científico.
Sob a intervenção pessoal do presidente e do Exército, a pasta também tentou esconder os números da epidemia no início de junho, mas voltou atrás após ordem do Supremo Tribunal Federal.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções e mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que já acumulam mais de 5,4 milhões de casos e mais de 170 mil óbitos. A Índia, que chegou a impor uma das maiores quarentenas do mundo no início da pandemia, agora é o terceiro país mais afetado, com 2,6 milhões de casos e 50 mil mortos.
Ao todo, mais de 21,7 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus em todo o planeta, enquanto mais de 776 mil morreram em decorrência da doença, segundo contagem mantida pela Universidade Johns Hopkins.
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