Avanços preliminares de estudo realizado pela Rede de Vigilância do Genoma da África do Sul indicam que o teste de PCR é capaz de detectar a nova variante sem a necessidade de sequenciar o genoma. As informações são da RTP.
Segundo o especialista em doenças infectocontagiosas Richard Lessels, a genética da ômicron é “completamente diferente” da delta ou de variantes anteriores. Ele explica que a preocupação principal não é com o número de mutações, mas com o local em que estão concentradas.
“Muitas delas [as mutações] o fazem no pico da proteína e, especificamente, em partes-chave que são importantes para ter acesso às nossas células. Não sabemos se os anticorpos são capazes de lidar com elas”, acrescenta Lessels.
O especialista destaca que, embora a maioria dos casos positivos com a nova variante tenha tido sintomas “ligeiros”, ainda é cedo para classificar o nível de periculosidade da ômicron. “Não sabemos se vamos ver casos mais graves”. A variante já está presente em todas as províncias da África do Sul. A dúvida dos especialistas agora é se ela substituirá a delta “que se propagava com taxas muito baixas”.
“Se um dos 3 sinais ou alvos do PCR é negativo e os outros 2 positivos, então o teste continua positivo, mas algo diferente é observado. Não é possível detectar o gene Skipe. E foi o que aconteceu no laboratório Lancet, em Gauteng [província no norte da África do Sul], onde descobriram que alguns casos positivos tinham esta marca: o nocaute do gene, o que não acontece com a variante delta”, diz Lessels.
“Por isso, com o PCR podemos acompanhar o rastreamento da ômicron em tempo real, não é necessário ter a sequência genética completa, o que costuma demorar duas semanas em laboratório”, conclui o especialista.
Em novembro, o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas da África do Sul confirmou que, das 249 amostras sequenciadas, 183 eram da variante ômicron. A imunidade pós-covid-19, cuja duração é desconhecida, não oferece proteção contra a nova variante.
A província de Gauteng, a mais populosa do país e que inclui as cidades de Pretória e Joanesburgo, continua a ser a que apresenta mais casos positivos diários e possui 8 milhões de habitantes ainda não vacinados. A taxa de transmissão passou de 1 para 2,3. “É claro que os jovens não vacinados são uma grande preocupação. Continuamos a enviar a mensagem de que ser vacinado é importante porque as pessoas imunizadas estão apresentando sintomas mais leves”, disse o primeiro-ministro de Gauteng, David Makhura.
A ômicron foi detectada em mais de 20 países, mas a África do Sul e Botsuana continuam a ser responsáveis por 62% dos novos casos identificados no mundo.
AliançA FM
Com informações do site PODER360