O relatório do ano passado tinha colocado as chances em cerca de 50-50.
Parcialmente responsável por aumentar a chance de atingir 1,5°C é um padrão climático do El Niño que deve se desenvolver nos próximos meses. Durante esse fenômeno natural, as águas mais quentes do Pacífico tropical aquecem a atmosfera acima, elevando as temperaturas globais.
O El Niño “se combinará com as mudanças climáticas induzidas pelo homem para empurrar as temperaturas globais para um território desconhecido”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, em comunicado à imprensa.
A probabilidade de exceder temporariamente 1,5°C tem aumentado com o tempo. Entre 2017 e 2021, por exemplo, os cientistas estimaram apenas 10% de chance de atingir 1,5°C.
História do clima
A Terra, em sua longa história, já sofreu muitas mudanças climáticas globais de grande amplitude. Isso é demonstrado por uma série de evidências físicas e por reconstruções teóricas. Já houve épocas em que o clima era muito mais quente do que o de hoje, com vários graus acima da temperatura média atual, tão quente que em certos períodos o planeta deve ter ficado completamente livre de gelo. Entretanto, isso aconteceu há milhões de anos, e suas causas foram naturais. Também ocorreram vários ciclos de resfriamento importante, conduzindo às glaciações, igualmente por causas naturais. Entre essas causas, tanto para aquecimentos como para resfriamentos, podem ser citadas mudanças na atividade vulcânica, na circulação marítima, na atividade solar, no posicionamento dos polos e na órbita planetária. A mudança significativa mais recente foi a última glaciação, que terminou em torno de 10 mil anos atrás, e projeta-se que outra não aconteça antes de 30 mil anos.
Evidências do aquecimento global
Que está em andamento um aquecimento generalizado do planeta é fato comprovado por várias evidências concretas, e reconhecido como inequívoco pelo consenso dos climatologistas. As evidências são recolhidas através de estações meteorológicas, registros de paleoclima, batitermógrafos, satélites, entre outros métodos de medição. Elas incluem: Temperatura global pode ser Temperatura global pode ser Temperatura global pode ser
- O aumento na temperatura da atmosfera sobre terras e mares. Cada uma das quatro últimas décadas foi mais quente que a década anterior. Entre 2001 e 2020 a média global de aumento da temperatura foi de 0,99 °C maior que no período de 1850-1900. Entre 2011 e 2021 a média de aumento foi de 1,09 °C. Os continentes estão aquecendo mais rápido do que os oceanos. Nos continentes a média de aumento foi de 1,59 °C e nos oceanos de 0,88 °C.
- O aumento no nível de umidade atmosférica, possível graças à capacidade do ar quente reter mais vapor de água do que o ar frio
- A retração da vasta maioria das geleiras
- A diminuição da área coberta por neve
- A retração do gelo oceânico global
- Migração de muitas espécies animais e vegetais de climas mais quentes em direção aos pólos, ou a altitudes mais elevadas
- O aumento da temperatura do mar, com o resultado de elevar-se o seu nível pela expansão térmica
- O adiantamento da ocorrência de eventos associados à primavera, como as cheias de rios e lagos decorrentes de degelo, brotamento de plantas e migrações de animais.