Taxa Selic: veja como a alta da taxa afeta o seu bolso

Taxa Selic: veja como a alta da taxa afeta o seu bolso

 

A Selic influencia impacta os juros pagos quando se faz um financiamento ou empréstimo. Também mexe com o rendimento de quem tem dinheiro investido.

A Selic, conhecida como taxa básica de juros da economia, causa impacto direto na economia do país e na vida das pessoas.

Ela influencia, por exemplo, as finanças de uma família porque impacta os juros pagos quando se faz um financiamento ou um empréstimo, além de mexer com o rendimento de quem tem dinheiro investido, seja na poupança, títulos públicos ou em outras aplicações.

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (4) elevar a Selic de 11,75% para 12,75%, como o esperado. E a expectativa do mercado é que o Banco Central faça ao menos mais uma alta em junho.

Foram 50 dias desde o ultimo aumento da taxa (SELIC), com esse aumento isso irá afetar bastante no bolso dos brasileiros.

O que é a taxa Selic?

A taxa Selic é usada pelo Banco Central para influenciar as outras taxas de juros do país, praticadas por bancos e demais instituições do sistema financeiro para definir, por exemplo, quanto o consumidor pagará por um empréstimo ou, ainda, o valor que um investidor vai receber por algum título que adquiriu.

Mas antes de ser uma taxa, Selic é um sistema. É a sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, que foi criado pela Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) e pelo Banco Central, em 1979, para disciplinar e agilizar a compra e venda de títulos públicos. A taxa Selic refere-se à média das operações feitas nesse sistema, que movimenta mais de R$ 100 bilhões todos os dias.

Essas operações são realizadas apenas entre os bancos. São empréstimos de curtíssimo prazo, que vencem em apenas um dia e servem para que os bancos cumpram a exigência de deixarem um depósito de segurança em uma conta do Banco Central para evitar problemas sistêmicos. No dia seguinte, o banco devedor paga o banco credor e tudo segue normalmente, até o fim do expediente, quando novos empréstimos são feitos para serem pagos no dia subsequente.

Por conta da eficiência que o sistema Selic garantiu ao Banco Central no controle sobre as reservas bancárias, a taxa foi adotada, em março de 1999, como a única para indicar os juros do país. Antes, o Banco Central usava o sistema de banda de juros, que foi extinto.

Quem define a Selic?

É definida nas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), que acontecem a cada 45 dias. O Copom é formado por diretores e pelo presidente do Banco Central do Brasil, que definem a taxa que passa a vigorar durante um mês e meio após a reunião, até que uma nova aconteça.

Aumentar, diminuir ou manter a Selic Meta depende de como o Copom avalia riscos e oportunidades no cenário macroeconômico. As variáveis que impactam essa decisão serão abordadas adiante.

Por que a queda da taxa de juros real nem sempre acompanha a queda da Selic?

O sistema bancário concentrado em poucos concorrentes tem bastante participação nisso. A baixa concorrência permite que os bancos que controlam o mercado decidam não acompanhar exatamente o que foi definido pelo Banco Central como meta quando ela implica reduzir juros e, portanto, os lucros dos bancos.

Mesmo quando há queda da taxa Selic, os bancos podem alegar aumento do risco de calotes relacionado a outras questões, como aumento do desemprego, para sustentar ou até subir as taxas de juros reais para o crédito que chega ao consumidor e às empresas.

Quais fatores influenciam no aumento ou na redução da Selic?

Para definir a taxa Selic, os membros do Copom consideram alguns fatores básicos, como o perfil dos títulos públicos federais negociados, as pressões inflacionárias e o nível de emprego e renda da população.

Com relação aos títulos públicos, os juros cobrados estão atrelados ao prazo de vencimento e ao risco envolvido nas operações. Quanto maior o prazo de vencimento, mais interessante para quem vende, que aceita pagar um juro maior. O risco relacionado aos papéis também influencia os juros: quanto mais arriscada for a aplicação, maior a compensação. Portanto, maior a Selic.

Como a Selic influencia a inflação?

As pressões inflacionárias também impactam a taxa de juros. A Selic é utilizada pelo Banco Central como estratégia para conter o aumento de preços. Se as autoridades do Copom entendem que existe uma expectativa de aumento da inflação para os próximos meses, a tendência é que o Banco Central opte por aumentar a taxa básica de juros para frear o consumo.

Com relação ao nível de emprego e renda, essas variáveis também acabam por impactar a inflação. Com a população mais empregada e com mais dinheiro no bolso, ela tende a gastar mais. Com isso, pode haver pressão sobre os preços. E, como o Banco Central entende que a taxa Selic é um remédio para domar esses preços, novamente, ela será usada para esfriar o consumo.

Porém, o uso rotineiro dessa estratégia de usar os juros para controlar os preços é contestada por alguns especialistas, porque não é sempre que o aumento dos preços está relacionado ao aumento do crédito e do consumo.

Como a Selic impacta os investimentos em ações?

As ações de empresas negociadas nas bolsas de valores não são afetadas diretamente pela Selic, mas a taxa básica de juros pode influenciar indiretamente a valorização ou não desses papéis.

Em um cenário de Selic baixa, os investidores tendem a abandonar opções atreladas a índices financeiros (renda fixa), que dependem dos juros altos para serem rentáveis. Com isso, o investimento em ações passa a ser mais interessante. Com mais gente investindo em ações, elas passam a se valorizar.

Uma Selic baixa, além de favorecer a migração dos investimentos para as ações negociadas em bolsa, também diminui a pressão sobre as empresas no que diz respeito a pagamento de juros, e facilitam a contratação de crédito para expansão das operações. Com esses estímulos, as empresas ficam mais atraentes para os investidores. Mais uma vez, as ações tendem a se valorizar.

Como a Selic impacta a poupança?

O rendimento da poupança depende da taxa Selic, porém, sua relação é diferente em comparação com os investimentos citados anteriormente.

A poupança tem dois tipos de rendimento possível, e o emprego de cada um deles vai depender do patamar em que a Selic está. Para momentos em que a taxa básica está igual ou abaixo de 8,5%, a conta que deve ser feita para calcular a rentabilidade do investimento é 70% da Selic mais a taxa referencial (TR). Porém, se a Selic estiver acima de 8,5%, a conta é outra. A rentabilidade será de 0,5% sobre o valor depositado mais a TR.

 

Por: CNN BRASIL

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