Em alusão à campanha “Setembro Amarelo”, que marca o mês de conscientização para prevenção ao suicídio, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) orienta as Secretarias Municipais de Saúde a intensificarem as estratégias de atendimento básico para que pais, familiares e amigos fiquem atentos aos sinais de sofrimento psíquico de pessoas de convivência próxima, para que busquem ajuda o mais rápido possível a partir de sinais que devem ser observados, como isolamento, falta ao trabalho, desânimo e desinteresse pela própria vida, assim como dificuldade de relacionamento e irritação.
“É importante que se conscientize a população sobre o valor da vida, principalmente devido às restrições que já vivemos por causa da pandemia. Discutir elementos da prevenção é a forma mais adequada de se redescobrir e reinventar nesse tempo em que a vida está, de certa forma, ameaçada”, explica Ildeney Morais, coordenadora de Saúde Mental da Sespa, ao reforçar a importância da escuta e de compreensão por parte do profissional de saúde mental, evitando o julgamento de qualquer natureza, e assim disponibilizando ajuda para evitar o suicídio.
A Sespa, por meio da Coordenação Estadual de Saúde Mental, tem atuado conforme as diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde (MS), na reorientação do modelo assistencial, antes voltado aos hospitais (hospitalocêntrico), e hoje voltado a uma rede diversificada de serviços de base comunitária, territorial e descentralizada. A prevenção ao suicídio está incluída nessas ações.
Dessa forma, a pessoa em sofrimento mental pode ir diretamente às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou aos 87 Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) sediados em todo o Estado. “Os principais atendimentos em saúde mental são realizados nesses Centros, onde o usuário recebe atendimento próximo da família, com assistência multidisciplinar e cuidado terapêutico, de acordo com o quadro clínico de cada um”, informa Ildeney Morais.
Porém, se estiver em crise, a pessoa pode ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 h) ou levada a um serviço de emergência psiquiátrica, como o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, em Belém.
Casos
Atendimentos a pessoas com sinais de depressão são discriminados pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Ministério da Saúde (MS), como transtornos mentais e comportamentais. Assim, no Pará foram registradas 3.349 internações em 2020, e outras 1.657 entre janeiro e junho deste ano.
Quanto aos óbitos, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, não atua com a nomenclatura “suicídio”, e sim com termos que variam entre “autointoxicações” e “lesões autoprovocadas”. Dessa forma, no ano passado 390 pessoas morreram no Estado devido a lesões, como enforcamento, uso de objetos cortantes, de explosivos, de armas brancas e de fogo, além de autointoxicações. Em 2019, foram 348 óbitos pelos mesmos motivos.
Serviço:
No Pará, além de diversos CAPS instalados em todos os municípios das 13 Regiões de Saúde, a população conta com seis CAPSs, que estão sob a gestão estadual, localizados em Belém (Região Metropolitana) e Santarém (região Oeste):
CAPS Icoaraci (Caps I): Rua Monsenhor Azevedo, 237 (entre Passagem Maguari e Lopo de Castro), Campina de Icoaraci, Telefone: (91) 3227-9137. E-mail: capsicoaraci@ibete.com.br
CAPS Amazônia (CAPS I): Passagem Dalva, 377, bairro Marambaia, telefone: 3231-2599/ 3238-0511, E-mail: capsam.sespa@outlook.com
CAPS Renascer (CAPS III): Travessa Mauriti, 2179, entre avenidas Duque de Caxias e Visconde de Inhaúma, bairro Pedreira, telefone: (91) 3276-3448. E-mail: capsrenascer@yahoo.com.br
CAPS Grão-Pará (Caps III): Rua dos Tamoios, 1840, Batista Campos, telefone: (91) 3269-6732. E-mail: capsgraopara@yahoo.com.br
CAPS Marajoara (CAPS ad III): Conjunto Cohab, Gleba I, WE-2, 451- Nova Marambaia, telefone: (91) 32360399, E-mail: capsmarajoara@gmail.com
CAPS Santarém (CAPS ad III): Travessa Dom Amando, Santa Clara, Santarém, telefone: (93) 3523-1939
Pessoas que sofrem com depressão e não conseguem buscar ajuda de profissional de saúde ou, mesmo aquelas com risco de suicídio, podem ainda buscar apoio em conversas com os voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV), em parceria com o SUS (Sistema Único de Saúde), pelo número 188. Por esse canal de comunicação, os cidadãos recebem apoio em momentos de crise.
Em casos de emergência, a população deve recorrer ao Samu 192, às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Pronto-Socorros e o setor de Emergência Psiquiátrica do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, em Belém.
Fonte: DOL