Senado pode convocar presidente do BC para explicar atual taxa juros
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deve votar, nesta terça-feira (14), um convite ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que ele fale sobre a atual taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75%.
O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), apresentou o pedido em 17 de fevereiro, antes mesmo de ele ser eleito para comandar a comissão.
A atual taxa Selic tem sido criticada por membros do governo federal, inclusive o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), também já demonstraram insatisfação com a condução da política monetária.
Por se tratar de um convite, Campos Neto não é obrigado a comparecer à comissão. No entanto, nos bastidores, ele tem demonstrado que deve conversar com os senadores, se o convite for confirmado.
Não há previsão de eventual data de ida dele, mas a tendência é que seja após 22 de março, por causa do anúncio da próxima decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa Selic. Senado pode convocar Senado pode convocar
Além do convite a Campos Neto, a CAE também pretende votar projetos e um requerimento de convite para que ex-executivos ligados à Lojas Americanas, entre outros, prestem informações sobre a dívida bilionária da empresa.
“Quando a taxa Selic aumenta, o acesso ao dinheiro pela população, tanto por linhas de crédito, empréstimos e financiamentos, fica reduzido. Assim, o consumidor deixa de fazer gastos maiores para poupar no período de alta inflacionária. A longo prazo, essa estratégia tende a frear a inflação para que seja possível gerar uma oferta mais barata de acordo com a demanda reduzida”, diz o senador, que é presidente da comissão.
Troca de farpas: governo x Banco Central
Em fevereiro deste ano, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, afirmou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, trabalha “contra o país e contra o desenvolvimento brasileiro ao manter uma política de juros altos”.
O que eu quero saber é o resultado (de um BC autônomo), o resultado vai ser melhor? Um Banco Central autônomo vai ser melhor? Vai melhorar a economia? Ótimo, mas se não melhorar, nós temos que mudar”, afirmou Lula. “Vamos ver qual é a utilidade que a independência do Banco Central teve para este país. Se trouxe para o país uma coisa extraordinariamente positiva, não tem problema nenhum ele ser independente”, completou o presidente.
Por sua vez, Campos Neto disse a melhor forma de o Banco Central ajudar o governo é por meio de sua “credibilidade”.
“Estudos mostram que a autonomia gera menor volatilidade e nível de inflação. A autonomia é um ganho institucional grande, que espero que não seja revertido”, afirmou o presidente do BC em entrevista ao programa Roda Viva, na TV Cultura.
AliançA FM