Seca na Amazônia pode bater um novo recorde e se prolongar até janeiro O Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden),
Seca na Amazônia pode bater um novo recorde e se prolongar até janeiro
Seca na Amazônia pode bater um novo recorde e se prolongar até janeiro
O Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao governo federal, prevê que a seca extrema que atinge a Amazônia neste ano pode bater um recorde e continuar até janeiro. A situação de vários rios importantes para a região é preocupante, pois seus volumes estão abaixo da média histórica.
Nesse contexto, a estiagem deve afetar mais municípios até o final do ano, afetando a navegação e o acesso à água, intensificando as queimadas e contribuindo para perdas na produção agrícola familiar. A estimativa do governo local é que a população atingida no Amazonas chegará a 500 mil em outubro. Manaus e Rio Branco declararam estado de calamidade pública.
Na região Norte, estamos na estação seca, quando a vazão dos rios geralmente diminui. No entanto, Ana Paula Cunha acredita que a estiagem deste ano pode ser tão intensa quanto as que ocorreram em 2015 e 2016 e que castigaram a região, ou até mesmo superá-la.
“Este ano pode ser que a seca seja tão intensa como foi em 2015/2016, ou até mesmo quebre o recorde”, diz a pesquisadora.
Rios na Amazônia em situação crítica
Com base em medições da Agência Nacional de Águas (ANA), an análise do Cemaden mostra uma situação preocupante em vários rios da região. As previsões para os próximos três meses são desfavoráveis.
Além de outros rios importantes como Madeira, Juruá, Purus e Xingu, alguns dos principais rios formadores do rio Amazonas, como o Negro e o Solimões, devem ter vazões abaixo da média histórica.
Os bancos de areia, que ficam mais visíveis e extensos a cada dia que passa, devem aumentar de tamanho. Além da navegação, as mudanças também podem afetar a pesca, an agricultura e o equilíbrio ambiental.
Causas da seca
A seca atual é agravada pelo El Niño, um aquecimento anormal do Pacífico equatorial, assim como há oito anos. Para piorar, o El Niño está mais forte este ano, e o aquecimento do Atlântico Tropical Norte amplifica seus efeitos.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o aquecimento das águas do oceano provoca um mecanismo semelhante que afeta a floresta: reduz as chuvas na região. Isso ocorre apesar de os dois fenômenos serem refletidos em diferentes áreas da Amazônia. Com isso, o período de chuvas, que deveria começar em novembro, será adiado.
A previsão de chuva no Norte nos próximos três meses é abaixo da média, como mostra a área marrom no mapa abaixo.