Saiba quais as doenças causadas pela pandemia

Brasil registra 137 mortes por covid e 21,6 mil casos da doença

Estudo diz que pandemia fez crescer casos de doenças psicossomáticas

A pessoa sente uma dor específica ou um mal-estar e, ao ir ao médico e fazer os exames solicitados, descobre que o problema tem origem emocional. São as doenças psicossomáticas, que apresentam sintomas físicos, sem que nenhum exame laboratorial ou de imagem revele características físicas que possam ser a causa da aflição.

A relação entre doenças físicas e emocionais é bastante comum, mas, com a pandemia, a tendência se agravou. Uma pesquisa feita em maio pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) mostrou que cerca de 89% dos 400 psiquiatras destacaram o agravamento de quadros de saúde mental em seus pacientes devido à pandemia do novo coronavírus.

A psiquiatra destacou que, durante a pandemia, várias doenças psicossomáticas tiveram incidência maior, principalmente as que parecem com os sintomas da covid-19. “Se agravaram os sintomas que podem parecer com quadro de covid-19, ou seja, as pessoas têm muito medo de adquirir a doença, ficam ansiosas e preocupadas e passam a ter sintomas parecidos com os da doença que temem, piorando ainda mais o quadro ansioso”, relatou.

Segundo informa a médica, os principais sintomas psicossomáticos são: DISPNÉIA (FALTA DE AR), ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS (NAUSEA OU DIARREIA), TAQUICARDIA (CORAÇÃO ACELERADO), FADIGA (CANSAÇO E INDISPOSIÇÃO).

A origem das doenças psicossomáticas é sempre emocional, “mas a manifestação é no corpo, ou seja, um sintoma que não pode ser explicado por causa orgânica ou exame, mas que é real e traz prejuízo para o indivíduo. É bastante comum em pessoas ansiosas que tendem a colocar no corpo seus sofrimentos psíquicos e em pessoas mais concretas, que  não conseguem entrar em contato com seu lado afetivo e emocional” explica a psiquiatra na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, Danielle H. Admoni, especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Para lidar com a psicossomatização, a terapia é o caminho, explica a psiquiatra.

“A psicoterapia é sempre uma boa aliada nesses casos, mas é difícil saber antes de aparecer os sintomas, ou seja, tratando quadros ansiosos, a chance destes evoluírem para um quadro de somatização é menor.”

Especialista fala sobre a saúde mental de crianças e adolescentes durante a pandemia

A pandemia do novo Coronavírus afetou não só a saúde mental dos adultos, mas também das crianças e dos adolescentes. As pessoas não tiveram tempo de se preparar para enfrentar as consequências de uma doença desconhecida. Houve uma mudança na rotina, menos presencial e mais online, como o trabalho home office, as aulas remotas ou mesmo a diversão.

Nos tempos em que o isolamento social teve que ser seguido, crianças e adolescentes estão mais sensíveis a desenvolverem problemas emocionais, muitas vezes, de ordem grave. Quando não tratados, os transtornos que surgem na infância e na adolescência podem representar prejuízos na idade adulta. Assim, a atenção dos pais e responsáveis com a saúde mental de seus filhos  deve ser redobrada para evitar o aumento dos riscos à saúde psicológica, um dos reflexos da pandemia.

Adolescentes gostam de estar em contato com os colegas, da liberdade de ir e vir e de passear, atividades que têm sido bastante limitadas desde março do ano passado em função das regras de isolamento. Mesmo as crianças pequenas manifestam um sentimento de tristeza por não poderem brincar com o coleguinha da escola.

Todos nós fomos, de alguma forma, afetados pela pandemia. Mas, os adolescentes e as crianças estão sofrendo muito mais por conta da imaturidade e pouco conhecimento sobre a vida.

É muito comum, eles se sentirem inseguros e terem pensamentos sobre a morte, principalmente, dos pais e das pessoas queridas, causando a eles uma angústia em razão do medo da perda daqueles que os protegem e oferecem segurança. Isso é muito comum nesta fase que estamos atravessando.

O isolamento social contribuiu muito com o aumento da ansiedade em crianças e adolescentes. A falta de espaço para gastar energia, mudança de rotina e a falta de perspectiva para que as coisas voltem a ser como antes, são fatores que influenciam no desequilíbrio psicológico dos pequenos e dos adolescentes, que podem, até mesmo, tornarem-se agressivos ou apáticos.

Fique de olho ao perceber alguns destes comportamentos diferentes na criança ou no adolescente:

  • Choro excessivo e sem motivo;
  • Crianças normalmente extrovertidas que se fecham ou deixam de conversar;
  • Insônia;
  • Perda de apetite ou compulsão por comida;
  • Irritabilidade e impaciência;
  • Ansiedade;
  • Falta de paciência;
  • Tristeza profunda e/ou depressão.

 

AliançA FM

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