O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ontem a usar um termo pejorativo para tratar o povo nordestino. Durante sua transmissão semanal ao vivo ontem, ao perguntar a pessoas presentes no local sobre o local onde fica o padre Cícero, questionou os assessores: “está cheio de ‘pau de arara’ aqui e não sabem que cidade fica padre Cícero?” Detalhe: na mesma fala, ele erra ao dizer que o padre cearense seria de Pernambuco.
Professores de ciências humanas avaliam que o uso do termo remete a um histórico preconceito ao Nordeste e ao nordestino pelo menor grau de de desenvolvimento que a região teve ao longo de décadas —e por isso mesmo não deveria mais ser usado.
Pau de arara, na verdade, nasce de uma denominação ao transporte de aves em carros: elas vão em cima de um pau. Depois, ele passou a remeter ao transporte que faz viagens ilegais em carrocerias de caminhões com estrutura improvisada e passageiros em cima de tábuas de madeira. Era esse tipo de transporte que levava retirantes da seca no Nordeste ao Sudeste do país —e daí nasce o termo.
O termo foi ficando conhecido e ilustrou até canções, como “Último pau de arara”, de Luiz Gonzaga. Porém, no Nordeste, ele serve apenas para denominar o transporte nunca para chamar o nordestino.
AliançA FM