O Senador do MDB foi escolhido como o relator da CPI da Covid nesta terça-feira (27). A comissão deve apurar omissões e ações do governo federal no combate a pandemia da Covid-19 e eventuais desvios.
Renan Calheiros (MDB-AL) em seu primeiro discurso afirmou que “a comissão não fará perseguições, mas que é preciso punir “imediata e emblematicamente” os responsáveis pelas mortes durante a pandemia. O senador Omaz Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, indicou como relator durante a instalação da comissão.
“Não estamos aqui para maquinar ações persecutórias, não estamos aqui diante da atenção integral da nação e do mundo, para blindar, engavetar, tergiversar ou procrastinar. Tudo será investigado, como exige a Carta democrática, de maneira transparente, acessível”, afirmou o relator no discurso.
“O país tem o direito de saber quem contribuiu para as milhares de mortes, e eles devem ser punidos imediata e emblematicamente”, ressaltou Renan, em outra parte do discurso.
Renan é um dos alvos da Lava Jato e grande crítico da operação, e aproveitou o seu discurso para dizer que não será, na relatoria da CPI, “discípulo” do ex-juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol.
Em muitos momentos do discurso, Renan disse que a CPI será pautada pela ciência, com consultas a especialistas, e irá se pautar pelo combate ao “negacionismo”.
“Nossa cruzada será contra a agenda da morte. Contrapor o caos social, a fome, o descalabro institucional, o morticínio, a ruína econômica e o negacionismo não é uma predileção ideológica ou filosófica, é uma obrigação democrática, moral e humana. Os inimigos dessa relatoria são pandemia e aqueles que, por ação, omissão, incompetência ou malversação, se aliaram ao vírus e colaboraram com o morticínio”, disse o emedebista.
Muitos aliados do Palácio do Planalto tentaram impedir a indicação de Renan Calheiros para a relatoria. Durante a sessão, diversos parlamentares criticaram Renan por assumir o posto mesmo sendo pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). Apesar das críticas, o relator da CPI disse que os colegas “podem esperar” dele um trabalho “isento, objetivo, técnico, desapaixonado, destemido e colegiado”. “Sem medo de absolver quem merecê-lo e sem hesitação para imputar quem é responsável”, declarou.
AliançA FM