A quarta etapa do inquérito sorológico da covid-19 realizado pela prefeitura de São Paulo mostra que quem sai de casa para trabalhar tem três vezes mais chances de se infectar com o coronavírus. A pesquisa tem o objetivo de identificar o tamanho na pandemia na cidade. Os resultados desta fase foram divulgados nesta quinta-feira, 13.
De acordo com o estudo, 18,5% das pessoas que trabalham fora de casa já tiveram a doença, enquanto esta taxa é de 6,2% para aqueles que fazem o teletrabalho, ou o chamado home office. O valor também é alto entre desempregados (12,7%).
“Isso revela que provavelmente quem trabalha fora se expõe e quem é desempregado sai em busca de trabalho”, comentou Edjane Torreão, secretária-adjunta de Saúde.
A pesquisa ainda mostra que a taxa de prevalência de infectados na cidade é de 10,9%. Ou seja, considerando a população de 12,25 milhões de pessoas, 1,3 milhão já tiveram a covid-19 na capital paulista. Nas três etapas anteriores, este número ficou dentro do mesmo patamar.
Isso significa também que 80% dos infectados da cidade não entraram nas estatísticas oficiais. De acordo com o último boletim divulgado pela prefeitura, o município tem um total de 258.481 casos confirmados da doença e 10.422 mortes.
“Os números das outras fases, estatisticamente, mostram uma estabilidade da doença na cidade de São Paulo. Mesmo depois de dois meses de reabertura e de flexibilização da economia, a gente mantém os mesmos índices de prevalência”, disse o prefeito Bruno Covas (PSDB) em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
Outro dado da pesquisa revela que pessoas negras e que moram na periferia também têm mais chances de contrair a doença. Do total de negros que participaram do teste, 14,8% deram positivo para a covid-19. Na população branca, este número é de 8%.
Em relação à renda, 14,3% das classes D e E já tiveram a doença. E somente 4,7% das classes A e B foram infectados.
Exame.