Algum dia de sua vida você ficou sem trocar uma palavra ou mensagem com alguém? Talvez sim, em um dia que você estava muito “deprê” , cansado ou com muita preguiça. Mas você já parou para pensar o quanto interagimos o tempo todo com as pessoas ao nosso redor?
Vamos supor que você vá à padaria comprar pães. A primeira coisa é pedir e dizer a quantidade que deseja. Depois, geralmente agradecemos à pessoa do caixa ao pagar. Se, no caminho, encontramos um vizinho ou conhecido, o cumprimentamos nem que seja com um simples aceno. Até mesmo para pegar um ônibus, precisamos que o motorista saiba que ele precisa parar no ponto em que estamos, certo?
O que quero dizer com isso tudo? Que estamos o tempo todo nos comunicando uns com os outros. O mais curioso disso tudo é que precisamos, ou pelo menos esperamos, que o outro nos responda. Sabe por que? Simplesmente porque precisamos do outro para viver.
D. W. Winnicott, um dos mais famosos teóricos da psicologia, diz em sua teoria (e ele não é o único) que, desde bebês, nós nos baseamos e reagimos de acordo com o olhar do outro. Quando bebezinhos, o primeiro e o mais valioso olhar é o da mãe. Já repararam como o bebê parece hipnotizado quando está mamando? Podem até dizer que ele ainda não percebe nem sabe de nada, mas podem ter certeza que ele conhece e reconhece o olhar da sua própria mãe e espera toda ação e reação vinda através deste rosto. É o olhar que aprova ou reprova todos os seus movimentos.
Quando crianças, o olhar bravo ou carinhoso do pai, o gesto protetor ou “acusador” dos cuidadores pode fazer grande diferença na forma como nos relacionamos com as pessoas em nossas vidas. Somos criados a partir do outro e precisamos deles para continuar. Por exemplo, se o nosso amigo ri da nossa piada, indiretamente ele está nos encorajando a contá-la para mais três, quatro ou dez amigos. Mas, se essa mesma piada não gerar efeito nenhum nesse seu amigo, talvez você pense se vale a pena ou não contá-la aos demais do grupo.
Estamos o tempo todo nos baseando nas ações e reações das outras pessoas e esse é o exato ponto em que devemos tomar muito cuidado. A importância do outro nas ações que você toma na sua vida não deve extrapolar os limites. Ou seja, o olhar do outro não deve ser limitante o ponto de você não ser você mesmo, ok? Andar com as próprias pernas, nós aprendemos lá atrás. Porém sustentar e equilibrar esse andar dependerá muito mais de nós mesmos e da nossa própria habilidade e treinamento do que das demais pessoas ao nosso redor.
AliançA FM