Belém está, há cinco meses, com casos de coronavírus na cidade. O primeiro paciente confirmado na capital paraense foi positivado no dia 18 de março de 2020. Desde então, os números foram evoluindo e o município, até hoje, já registrou 29.262 casos. Desse total, 2.061 pessoas evoluíram a óbito e 25.337 são consideradas recuperadas da doença. Esses casos foram identificados por testes rápidos, testes de laboratório e vínculo epidemiológico – quando já há casos confirmados próximo a um caso suspeito.
PICO
O pico de casos na cidade ocorrem em abril, quando 14.196 exames deram positivos para a covid-19. Depois deste período, o município tem registrado queda nos índices. Em maio foram 7.893 casos confirmados, junho fechou em 3.334, julho em 2.423 e agosto, até o dia 17, está com 349.
Em relação aos óbitos, o pico foi registrado em maio, quando 1.097 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus. Em abril, foram 661 mortes por complicações da covid-19. Em junho, 185; julho, 96; e agosto, até o dia 17, 22 óbitos. (Bruno Kelly / REUTERS)
CASOS ATUAIS
A média atual de atendimento de casos suspeitos de covid-19 em Belém é, de acordo com a Sesma, 58 por dia em toda a rede de urgência e emergência (três hospitais e cinco UPAs).
Para saber o quantitativo de pessoas infectadas atualmente, a Secretaria está em andamento com uma pesquisa epidemiológica, em parceira com o Centro Universitário do Pará (Cesupa), com testagem de trabalhadores do Ver-o-Peso, crianças, jovens e adultos. Os dados estão sendo consolidados e em breve serão divulgados à população, como parte da estratégia contínua de monitoramento da doença na capital.
PÚBLICO
Na capital, as mulheres são as mais infectadas, mas são os homens que evoluem e têm mais complicações da doença. Apeasr das mulheres representarem 54,1% do total de casos, os homens correspondem a 61,8% dos óbitos na cidade, principalmente a partir dos 60 anos. (Marcelo Seabra / Agência Pará)
Em relação às mulheres infectadas, a principal faixa etária fica entre 40 e 49 anos, com 3.578 confirmadas. Os homens, em contrapartida, representam 45,9% dos casos na cidade.
SINTOMAS
De acordo com a gestão de Belém, os principais sintomas identificados nas ocorrência da cidade foram febre, tosse, falta de ar, dores na garganta e na cabeça. Já as comorbidades associadas foram diabetes, pneumopatias, asma, imunodeficiências e doença renal.
“Como a covid-19 é uma doença de notificação obrigatória, conseguimos coletar estes dados a partir das fichas de notificação. Desta forma, podemos traçar as estratégias para a retomada das atividades econômicas e sociais. As infecções reduziram, mas ainda temos que manter as medidas recomendadas. A pandemia não acabou, mas com o menor número de casos, a principais medidas de controle continuam sendo recomendadas e necessárias como uso de máscaras, evitar locais com aglomeração, lavagem frequente das mãos e isolamento social dos casos sintomáticos”, destaca a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Belém, Veronilce Borges. Ela ainda enfatiza que a população pode ter o acesso aos dados no Painel da Covid-19, ferramenta virtual criada para dar transparência à evolução do vírus na capital que pode ser acessada no link. (Marcelo Seabra / Agência Pará)
ATENDIMENTO
Ao longo desses cinco meses, principalmente no pico da covid-19, Belém precisou readequar seus serviços para atendimento das pessoas com a doença. Uma das estratégias foi a abertura de uma nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro do Jurunas. Além disso, houve a destinação dos leitos do Hospital de Retaguarda Dom Vicente Zico para atendimento exclusivo de casos de covid-19, tendas de triagem em três UPAs (Marambaia, Icoaraci e Sacramenta), atendimento de casos de baixa complexidade nas Unidades Básicas de Saúde, ampliação do número de leitos com respiradores nas urgências e emergências municipais e serviço de atendimento por telemedicina. A capital conseguiu ainda a aquisição de equipamentos de proteção individual, criação de uma central telefônica para esclarecimentos e notificações, capacitações e outros serviços. Hospital Dom Vicente Zico (Cristino Martins / Arquivo O Liberal)
DESTAQUE DA UNICEF PARA BELÉM
Os serviços de atenção primária da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) continuaram durante o pico da covid-19, mas com restrição de agendamentos para evitar aglomeração e incentivar o isolamento social. A Prefeitura de Belém destaca que esse trabalho foi reconhecido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em relatório sobre os “Impactos primários e secundários da covid-19 na atenção à saúde”, de julho deste ano, que avaliou dez municípios, sendo nove capitais.
Dentre os municípios analisados, Belém se destacou por ter mantido o programa de imunização, os cuidados clínicos para vítimas de violência de gênero, dado continuidade ao pré-natal e consultas pós-natal e, mesmo que reduzido, ter dado continuidade aos tratamentos de tuberculose e hanseníase, saúde mental e apoio psicossocial, prevenção, testagem e tratamento de HIV, nutrição infantil e outra atividades.
Para Waldilene Santos, coordenadora da Atenção Básica de Belém, a redução em alguns serviços foi em decorrência da menor demanda por medo de infecção, diminuição do número de profissionais de saúde por adoecimento, serem de grupo de risco ou por restrição de mobilidade, além da estratégia de lockdown, que limitou a circulação de pessoas.
“Mesmo com a pandemia, Belém não deixou dar atendimento aos seus cidadãos, mesmo que de forma diferente do que já é padrão. Para isso acontecer, os profissionais de saúde se engajaram e montaram estratégias diferenciadas para dar continuidade ao atendimento, como grupos de Whatsapp, consultas virtuais, atendimento individualizado, emissão de receitas, entre outros. O horário de atendimento padrão das unidades também foi mantido”, afirma a coordenadora.
O Liberal.