Preço da cesta básica tem alta em setembro em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese

Um levantamento divulgado nesta terça-feira (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que a cesta básica teve alta de preços em todas as 17 capitais pesquisadas pelo órgão. As maiores variações foram observadas em Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Aracaju (SE).

A cesta básica corresponde ao conjunto de alimentos básicos, necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês, conforme previsto pelo Decreto-lei 399/38.

Preço da cesta básica tem alta em setembro em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese

Preço da cesta básica tem alta em setembro em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese

Em Florianópolis, a alta foi de 9,8% na passagem de agosto para setembro, enquanto em Salvador foi de 9,7%. A terceira maior alta foi observada em Aracaju, de 7,13%.

As menores variações foram observadas em Campo Grande (1,72%), Natal (0,68%) e Brasília (0,56%).

Florianópolis e Salvador foram as capitais com as maiores altas no preço médio da cesta básica em setembro — Foto: Economia/G1

Florianópolis e Salvador foram as capitais com as maiores altas no preço médio da cesta básica em setembro — Foto: Economia/G1

Segundo a pesquisa do Dieese, Florianópolis tem a cesta básica mais cara entre as capitais pesquisadas (R$ 582,40), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 563,75). Já a mais barata é a de Natal – R$ 422,31.

Em São Paulo, maior centro econômico do país, a cesta custou R$ 563,35 em setembro, com alta de 4,33%. O Dieese destacou que, no ano, o preço do conjunto de alimentos básicos na capital paulista subiu 11,22% e, em 12 meses, 18,89%.

Preço médio da cesta básica teve alta em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese em setembro — Foto: Economia/G1

Preço médio da cesta básica teve alta em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese em setembro — Foto: Economia/G1

‘Vilões’ da cesta básica

Ainda de acordo com a pesquisa do Dieese, o óleo de soja e o arroz tipo agulhinha foram os itens da cesta básica com as maiores altas. O preço de ambos aumentou em todas as capitais pesquisadas.

As maiores altas no preço do óleo de soja foram observadas em Natal (39,62%), Goiânia (36,18%), Recife (33,97%) e João Pessoa (33,86%). Já as maiores variações no preço do arroz foram registradas em Curitiba (30,62%), Vitória (27,71%) e Goiânia (26,40%).

O baixo estoque de soja e derivados no país explicariam, segundo o Dieese, a alta nos preços, pressionada pela demanda externa e externa.

Já a alta do arroz, segundo o órgão, está relacionada ao “elevado volume de exportação e os baixos estoques mantiveram os preços em alta”. O Dieese destacou que não foram calculados os efeitos da importação do arroz com imposto zero.

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Outros itens da cesta básica que tiveram destaque na alta de preços em setembro foram:

  • Carne bovina de primeira – preços aumentaram em 16 das 17 capitais pesquisadas, com taxas que variaram entre 0,66%, em Brasília, e 14,88%, em Florianópolis. A única 4 redução ocorreu em Porto Alegre (-0,49%).
  • Banana – preço teve alta em 15 capitais, sendo mais expressiva no Rio de Janeiro (19,01%), Aracaju (18,93%) e Porto Alegre (17,76%).
  • Açúcar – preço subiu em 15 capitais, sendo as maiores altas observadas em Salvador (8,19%) e Brasília (8,06%).
  • Leite integral – alta nos preços foi registrada em 14 cidades e variou entre 1,10%, em Belém, e 10,99%, em João Pessoa.
  • Tomate – aumentou em 14 capitais, com destaque para Salvador (32,12%) e Porto Alegre (29,11%).
  • Batata – preço foi pesquisado somente na Região Centro-Sul do país, onde teve o valor médio reduzido em sete das dez capitais pesquisadas.

Mais da metade do salário mínimo

O Dieese destacou que, considerando o preço da cesta básica mais cara, que foi o de Florianópolis, o conjunto de alimentos básicos representou, em setembro, 51,22% do salário mínimo nacional líquido, ou seja, descontada a contribuição previdenciária de 7,5%. Em agosto, essa proporção era de 48,85%.

Além disso, o órgão apontou que o tempo médio de trabalho necessário para um trabalhador poder comprar uma cesta básica passou de 99 horas e 24 minutos em agosto para 104 horas e 14 minutos em setembro.

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