Policial é condenado pela morte de George Floyd

Floyd, um homem negro de 48 anos, foi morto após ser sufocado em abordagem policial por Derek Chauvin durante mais de nove minutos em maio de 2020, nos EUA.

Jurados decidiram nesta terça-feira (20), por unanimidade, que o policial Derek Chauvin é culpado pela morte de George Floyd, morto em maio de 2020 na cidade de Mineápolis, nos Estados Unidos.

Filmagens mostram que Chauvin sufocou Floyd com seu joelho por mais de nove minutos, e a morte decorrente gerou protestos contra o racismo e a brutalidade policial em todo o mundo. Floyd era negro e tinha 48 anos.

Chauvin, 45, foi acusado e condenado por três crimes, previstos na Justiça americana e sem paralelos exatos com o ordenamento brasileiro.

Em uma tradução aproximada, seriam eles: homicídio doloso de segundo grau (a mais grave de todas, com pena de até 40 anos de prisão, demonstrando uma relação de causa e efeito entre conduta do acusado e morte); homicídio doloso de terceiro grau (demonstração de negligência com a vida humana, com pena máxima de 25 anos); e homícidio culposo de segundo grau (quando alguém submete outro a um “risco irracional”, colocando-o em risco de morte ou ferimentos graves, passível a pena de até 10 anos de prisão).

Nesta terça-feira (20), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que conversou com a família de Floyd no dia anterior por telefone. Sem se posicionar precisamente, Biden disse que está “rezando” para que “o veredito seja o veredito certo”.

A cidade de Mineápolis, no Estado de Minnesota, se preparou para esperados protestos, independente do veredito. O tribunal foi cercado por arames e barreiras, e também recebeu reforço na Guarda Nacional. Há dezenas de manifestantes em volta do prédio.

O julgamento durou três semanas, ouviu 45 testemunhas e incluiu horas de exibição de vídeos no tribunal. O júri. composto por sete mulheres e cinco homens (e seis pessoas brancas, quatro negras e duas multirraciais) levou dez horas para chegar a uma decisão final.

Chefe da polícia de Mineápolis, Medaria Arradondo disse ao tribunal que o agente deveria ter parado de aplicar “aquele nível de força” no momento em que Floyd parou de apresentar resistência.

“Não faz parte do nosso treinamento e certamente não faz parte da nossa ética ou valores” manter tanta força, disse ele, responsável pela demissão de Chauvin no dia seguinte ao ocorrido.

Já Barry Brodd, testemunha de defesa e especialista em segurança, afirmou que as ações de Chauvin foram “justificadas” e que o policial agiu “com razoabilidade objetiva” por conta da “ameaça iminente” que Floyd representou ao resistir à prisão.

No entanto, ele admitiu os perigos da asfixia posicional — quando uma pessoa é impossibilitada de respirar em uma determinada posição — são bem conhecidos por policiais.

ACUSADO ESCOLHEU FICAR EM SILÊNCIO:

Derek Chauvin, ex-policial acusado de matar George Floyd, acompanha seu próprio julgamento em Mineápolis (EUA) nesta segunda-feira (19) — Foto: Court TV via AP

No tribunal, Derek Chauvin confirmou ao juiz que não testemunharia.

“Eu invocarei o privilégio da Quinta Emenda hoje”, disse ele, referindo-se ao direito constitucional de permanecer em silêncio para evitar a autoincriminação.

Chauvin se declarou inocente nas três acusações.

Fonte: BBC

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