Policial civil matou quatro colegas de trabalho em delegacia, saiba quem são as vítimas
Policial civil matou quatro colegas de trabalho em delegacia, saiba quem são as vítimas
Um policial civil matou quatro colegas de trabalho nesta madrugada, em Camocim, cidade do Norte do Ceará, a cerca de 350 quilômetros de Fortaleza. A Polícia Civil lamentou o caso, e identificou as vítimas como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira.
Capitão Cleumir, da Secretaria de Segurança da cidade, disse que o suspeito foi identificado como Dourado, inspetor da Civil. Ele estava de folga. Depois de atirar nos colegas, Dourado fugiu em um carro da polícia, mas abandonou o veículo e se entregou no quartel da Polícia Militar da cidade.
As vítimas foram três escrivães e um outro inspetor da Polícia Civil. Três foram mortos dentro da delegacia e um do lado de fora. O crime aconteceu na Delegacia Regional de Polícia Civil de Camocim. O local está isolado e passa por perícia.
Não há informações sobre a motivação do crime, que está sendo investigado. Até a manhã deste domingo (14), os corpos das vítimas foram levados para Sobral pela Perícia Forense. Ele foi levado para o município de Sobral, onde foi feito o flagrante, e segue detido na Penitenciária Industrial Regional até a noite deste domingo.
A audiência de custódia deve acontecer nesta segunda-feira (15), no mesmo município, conforme a advogada dele. Ele foi ouvido, se manteve em silêncio e levado para fazer o exame de corpo de delito.
Velórios e sepultamentos
De acordo com o advogado Rildo Eduardo Veras Gouveia, vizinho de Francisco, uma das vítimas, o sepultamento de Antônio José Rodrigues Miranda e Antônio Cláudio dos Santos vão ocorrer em Camocim.
O velório e sepultamento de Francisco dos Santos Pereira serão em Fortaleza. O corpo sairá de Sobral direto para a capital cearense.
Já o sepultamento do inspetor Gabriel de Souza Ferreira será, provavelmente, em Teresina, no Piauí, de onde a família do policial é.
“Teremos um momento com os corpos de Claudio e Miranda na Associação Comercial de Camocim. Vamos organizar uma homenagem para ambos e depois os corpos irão para as respectivas residências. Ainda não definimos horário”, disse o advogado.
Neirilane Roque, advogada do suspeito, disse ele está sub custória e “em estado de choque”. “Pessoalmente, ele não se encontra em condições de prestar esclarecimentos, por enquanto. Está em estado de choque, isolado e custodiado pela Polícia Militar. Estamos aguardando os procedimentos seguintes, disse.
A audiência deve acontecer em Fortaleza ou em Sobral, que fica distante cerca de 137 quilômetros de Camocim.
O Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol) emitiu nota sobre o caso. “Infelizmente famílias estão devastadas e destruídas, são filhos que não terão mais seus pais, esposas que não encontrarão mais seus maridos e mães, que nesse dia tão significativo, não terão mais seus filhos para abraçar, beijar”, lamentou a entidade.
“Nos solidarizamos com todas as famílias que estão sofrendo, com todos os colegas que perderam seus companheiros de trabalho. Nos solidarizamos com todos os Policiais Civis neste momento ímpar de dor. Que Deus possa confortar seus corações”, complementou o Sinpol Ceará.
Saiba quem são os policiais mortos por inspetor em delegacia do Ceará
Um policial civil matou quatro colegas de trabalho nesta madrugada, em Camocim, cidade do Norte do Ceará, a cerca de 350 quilômetros de Fortaleza. A Polícia Civil identificou as vítimas como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira.
Os corpos já foram retirados do local e levados para a Perícia Forense do município de Sobral. O suspeito está sob custódia da Polícia Militar e “em estado de choque”, segundo sua advogada.
Camocim é um município da microrregião do Litoral de Camocim e Acaraú, mesorregião do Noroeste Camocinense. Sua população é estimada em 63.997 habitantes, conforme dados do IBGE de 2020.
Saiba quem são as quatro vítimas do crime:
Francisco dos Santos Pereira
Honesto, alegre, estudioso: assim descreve Mariana Almeida, prima de Francisco dos Santos Pereira, de 46 anos. O policial deixa três filhos.
Família disse que o mais novo ainda não completou um ano de idade. A mais velha tem entre 16/17 anos e o do meio tem sete. “A sensação que ficamos é de impunidade, injustiça. Foi muito cruel”, desabafou.
Francisco é natural de Fortaleza e mudou-se para Camocim quando passou para o concurso de escrivão na cidade. “Ele amava a profissão. Era uma pessoa muito honesta, justa”, disse a prima, que mora em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Mariana, assim que soube das mortes, ligou para a irmã de Francisco. “Ela estava tentando encontrar equilíbrio para contar aos pais”, acrescentou.
Os pais de Francisco já têm mais de 70 anos. A prima do escrivão ainda disse que a mãe dele sentia muito receio da profissão, principalmente pelos perigos que a envolvem.
“Ele estava se preparando para tentar um concurso para delegado. Era uma pessoa que sempre queria mais da profissão. E um colega de trabalho fazer isso, ficamos pensando em quem confiar”, disse Mariana.
Antônio Claudio dos Santos
Antônio Claudio dos Santos, de 46 anos, trabalhava há cinco anos como escrivão no local onde crime ocorreu. Ele tinha duas filhas, uma de cinco e outra de três anos e já foi agente penitenciário.
Irleno Santos, irmão do policial, foi ao local cuidar do despacho do corpo, e deu mais detalhes.
“Estamos muito chocados. Meio complicado isso acontecer no próprio local de trabalho. Ficamos sem mão, sem pé, sem chão e sem nada”, desabafou.
Segundo o familiar, ele falava pouco sobre trabalho e era um pai exemplar, sempre à disposição das meninas.
Ainda não há detalhes sobre as outras duas vítimas (Antônio José Rodrigues Miranda e Gabriel de Souza Ferreira).
Antônio José Rodrigues Miranda
Antônio José Rodrigues Miranda, de 43 anos, era escrivão da Polícia Civil.
Gabriel de Souza Ferreira
Gabriel de Souza Ferreira, de 36 anos, era inspetor da Polícia Civil.