Pecuária sustentável conquista mais espaço

 

Pecuária sustentável conquista mais espaço. Um estudo publicado na quinta-feira (17) descreve os resultados de um ensaio clínico randomizado que examinou se os serviços de extensão agrícola podem ajudar a restaurar pastagens de gado no Brasil, ajudando a reduzir as emissões de carbono na atmosfera.

Segundo a pesquisa, conduzida pela Universidade do Colorado Boulder e pela Iniciativa de Política Climática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), fornecer treinamento personalizado aos pecuaristas brasileiros nesse sentido pode também melhorar seus meios de subsistência e mitigar as mudanças climáticas.

De acordo com o artigo, o experimento revelou que a assistência personalizada, além do treinamento educacional, apoiou com sucesso os pecuaristas no aumento sustentável de sua produção de gado e se pagou no processo.

Além disso, o impacto líquido do programa nas emissões de gases de efeito estufa foi equivalente à redução de 1,19 milhão de toneladas de dióxido de carbono emitido na atmosfera – a mesma quantidade que o país vizinho Paraguai emite ao longo de um ano.

É uma peça importante do quebra-cabeça para alcançar as metas climáticas”, disse Barbara Farinelli, coautora do estudo e economista agrícola sênior do Banco Mundial. “O que está por trás desse sucesso é que os agricultores se tornam o agente transformador das metas climáticas”.

Pecuária brasileira é responsável por quase 15% das emissões mundiais de gases de feito estufa

O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, uma parte significativa da economia do país e um importante meio de subsistência para muitas comunidades rurais. No entanto, a atividade pecuária tem um problema climático: as cadeias de fornecimento de gado são responsáveis ​​por 14,5% das emissões globais de gases de efeito estufa e respondem por até um terço das emissões totais na América Latina, liberando centenas de milhões de toneladas de dióxido de carbono a cada ano.

Fazendas de médio porte, como as analisadas na pesquisa, são responsáveis ​​por um terço da produção de gado do Brasil. No entanto, ao contrário da indústria de gado nos EUA, que é dominada por confinamentos, quase 90% da carne bovina brasileira é criada a pasto ou capim. “O que isso significa é uma enorme demanda por pastagens. E muito disso nas últimas décadas ocorreu às custas dos biomas Amazônia e Cerrado”, disse Peter Newton, coautor do estudo e professor associado de estudos ambientais da Universidade do Colorado Boulder.

As análises ocorrem em um momento em que a indústria de carne bovina do Brasil está incentivando os agricultores a retornar à Amazônia, com base nas alegações de grandes figuras do agronegócio amazônico de que a pecuária intensiva permitirá que mais carne seja produzida em menos terras e, portanto, reduzirá o desmatamento. (Com informações Olhar Digital)

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AliançA FM

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