Após semanas de uma intensa negociação da bancada petista na Câmara dos Deputados para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição, as lideranças do partido mostraram confiança para aprovar a medida na próxima terça-feira (20/12).
Segundo os caciques da legenda, o governo eleito possui entre 245 e 250 votos para aprovar a PEC. Além disso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu conseguir cerca de outros 90 votos por meio de sua influência de poder de articulação dentro da Casa. Com isso, a PEC da Transição teria aproximadamente 340 votos, 32 a mais do que os 308 necessários.
Um deputado federal da esquerda também defendeu o presidente da Câmara a respeito de um suposto pedido de indicação de um nome ao Ministério da Saúde em troca do apoio à PEC da Transição. O parlamentar afirma que o pedido não teria partido de Lira ou do Progressista, mas do Republicanos, que queria um quadro à frente da Saúde e teria solicitado a influência de Lira para consegui-lo.
Nesta quinta-feira (15), o presidente da Câmara afirmou ‘nunca ter pedido barganha’ para apoiar qualquer projeto.
Setores do PT já começam a se dar por vencidos e descartarem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição. O desânimo se deve às dificuldades em atender as demandas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que ficou ainda mais insatisfeito na quarta, 14, após o voto da presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, declarando a total inconstitucionalidade do orçamento secreto.
Segundo uma fonte petista que pediu anonimato, há outras opções que estão sendo discutidas. Outro parlamentar disse que o governo de transição não vai se “submeter às chantagens” de Lira, referindo-se às exigências que o presidente da Câmara tem feito a Lula.
Logo após deixar o gabinete de Lira, o futuro líder do PT na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que “se não votar hoje, não tem PEC”, em resposta a jornalistas sobre a previsão de análise da proposta no plenário da Casa. Questionados pela reportagem sobre a fala do petista, líderes do Centrão também não demonstraram disposição de levar a votação adiante.
Não aprovar a PEC representaria uma derrota a Lula, que vê na proposta não apenas uma forma de cumprir compromissos de campanha, mas de demonstrar capacidade de negociação e força política. Parlamentares do Centrão avaliam que o PT errou na articulação, já que o petista não tem ainda uma base formal, e dizem que era preciso ter indicado um ministro político capaz de fazer negociações com o Congresso.
AliançA FM