Papa Francisco fala que Lula foi condenado injustamente
Papa Francisco fala que Lula foi condenado injustamente
O papa Francisco disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi condenado pela Justiça sem provas, e que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) tem “mãos limpas”, além de ter sofrido um processo de impeachment classificado por ele como injusto.
A declaração foi feita em entrevista exibida na quinta-feira (30) na rede argentina C5N. Ela foi gravada antes da internação de Francisco em um hospital em Roma, na quarta-feira (29), após queixas de dificuldade para respirar. Ele deve ter alta neste sábado (1º).
— “O lawfare abre caminho nos meios de comunicação. Deve-se impedir que determinada pessoa chegue a um cargo. Então, o pessoal os desqualifica e metem ali a suspeita de um crime. Então, faz-se todo um sumário, um sumário enorme, onde não se encontra [a prova do delito], mas para condenar basta o tamanho desse sumário. ‘Onde está o crime aqui?’ ‘Mas, sim, parece que sim…’ Assim condenaram Lula — observou em entrevista realizada antes da internação para tratar falta de ar provocada por bronquite.
Em seguida, o líder católico pergunta sobre o que aconteceu com Dilma Rousseff. E ele mesmo responde, após o jornalista dizer que a ex-presidente foi destituída por “um ato administrativo menor”.
— Não puderam (comprovar) Uma mulher de mãos limpas, uma excelente mulher. Papa Francisco fala que Lula
Os processos contra Lula foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021 por questões técnicas: o juiz Sergio Moro, hoje senador eleito e então responsável pelo caso, foi considerado parcial para punir Lula e os processos deveriam tramitar no Distrito Federal, não no Paraná.
Dilma foi afastada definitivamente do cargo no dia 31 de agosto de 2016, após seis dias de julgamento no Senado Federal, por 61 votos pelo impeachment contra 20. A consumação do processo aconteceu nove meses depois dele ter sido aberto pelo então presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ). Em votação anterior, entre os deputados federais, 367 parlamentares foram favoráveis ao impeachment, contra 137.