Paes chama Light de ‘vagabunda’ após empresa cortar luz de 66 prédios da prefeitura

Paes chama Light de 'vagabunda' após empresa cortar luz de 66 prédios da prefeitura

Light cortou nesta quinta-feira (14) a luz de 66 prédios da Prefeitura do Rio. A distribuidora de energia alega uma dívida do município de R$ 261 milhões. Um dos pontos atingidos é o Parque Olímpico, na Barra, o que levou a Secretaria de Saúde a suspender a vacinação drive-thru no local.

Tão logo a reportagem foi exibida no Bom Dia Rio desta sexta-feira (15), o prefeito Eduardo Paes (PSD) foi às redes sociais:

A Light é uma empresa vagabunda. Passaram anos aliviando a barra do governo anterior. Agora querem receber na base do lobby e da chantagem. Eles terão as mesmas condições de recebimento de todos os fornecedores que têm crédito conosco! Não adianta nem forçar! Não passarão”, escreveu.

“A vagabundagem da Light mata! Irresponsáveis!”, emendou, citando o drive-thru suspenso.

Paes chama Light de 'vagabunda' após empresa cortar luz de 66 prédios da prefeitura
Tuíte de Eduardo Paes sobre corte de energia pela Light em imóveis da prefeitura — Foto: Reprodução

Mais críticas em coletivo

 

Nesta sexta-feira (15), durante a apresentação do 41º Boletim Epidemiológico da cidade, Paes voltou a criticar a distribuidora.

“Além de eu não aceitar lobby, eu não aceito chantagem. A maneira como a Light procedeu é quase uma estratégia de guerra. Geopoliticamente, eles escolhem alvos certeiros para dar uma espécie de aviso ao município. Só que, aqui, essa estratégia não vai funcionar”, declarou.

“Também posso dedicar uma parte do meu tempo a escolher alvos estratégicos numa empresa que, em geral, não cumpre com as regras de tempo de apagamento, não poda as árvores da cidade nas áreas com fiação e desrespeita as regras estabelecidas por legislação federal e estadual de desligamento”, emendou.

Paes admitiu que há “algo em torno de R$ 6 bilhões em restos a pagar” de “serviços executados e reconhecidos pela prefeitura que não foram pagos pelo governo anterior”.

“O que acontece no Brasil que já deu tanto escândalo? Os amigos do rei, aqueles que acessam as autoridades, acabam sendo sempre os primeiros a receber. E nós aqui resolvemos estabelecer uma regra republicana para fazer o pagamento das nossas dívidas”, disse.

“Vamos parcelar essas dívidas e faremos aquilo que é chamado de ‘leilão reverso’. “Quem oferecer maior desconto recebe primeiro e pode até receber à vista”, explicou.

“Eles não vão achar que vão impor aqui, dar uma de malandro. Eles arrumaram uma confusão grande, e não vamos ficar calados diante desse tipo de estratégia, de malandragem. Isso é chantagem, isso é vagabundagem, isso é desrespeito. Não vamos aceitar chantagem, nem vagabundagem, nem lobby, nem desrespeito”, falou Paes.

 

A Light afirmou que, a princípio, não ia comentar as declarações de Paes.

A empresa não detalhou a lista dos 66 imóveis atingidos e informou o endereço de apenas três:

  • Parque Olímpico da Barra da Tijuca;
  • Nave do Conhecimento da Penha, temporariamente fechada;
  • Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Administrativo de Coelho Neto.

 

O que disse a Light

 

Antes do tuíte de Paes, a Light tinha informado que “a dívida total da administração municipal com a companhia é de mais de R$ 261 milhões”. “Deste montante, R$ 68 milhões são referentes a este ano”, detalhou.

Ainda segundo a companhia, “os cortes foram feitos apenas em instalações cadastradas como serviços não essenciais”. “Unidades de saúde não foram cortadas”, destacou.

“A Light ressalta que realizou diversas tentativas de acordo com a prefeitura para regularizar os débitos e notificou o órgão previamente com aviso de corte, como determina a legislação”, emendou.

O que disse a prefeitura

 

Também antes da declaração de Paes, a Secretaria Municipal de Fazenda afirmou que “as contas da Light de 2021 estão em dia, salvo algumas da Saúde, em fase final de liquidação”.

“É bom lembrar que os valores ainda em aberto estão previstos no orçamento, e a empresa sabe disso. Portanto, a iniciativa da Light não trata de débitos de 2021, e sim dos passivos acumulados pela gestão anterior, que não são pequenos”, explicou.

“Para estes, após uma longa e minuciosa auditoria — já em fase final —, será feito um parcelamento anual, seguindo rigorosamente critérios determinados em lei municipal, de forma isonômica, institucional e transparente, para todos os credores, sem exceções e sem furar fila”, detalhou.

AliançA FM
Com informações de Carlos Brito, Dejair Neto, Fernanda Fialho e Luciana Osório, g1 Rio e Bom Dia Rio

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