Operação em 13 estados prende criminosos do PCC e outras facções
Três lideranças do PCC e uma do Comando Vermelho foram presas hoje em uma megaoperação em 13 estados. A ação foi organizada pelo Grupo Nacional de Combate ao Crime Organizado, que reúne diferentes Ministérios Públicos no Brasil.
O que aconteceu
Dois dos presos agem no PCC do Espírito Santo com interlocução com os chefes da facção em São Paulo. Um deles é conhecido como Chapolin e foi capturado hoje de manhã na capital paulista.
A ação também cumpriu um mandado de prisão de uma liderança do PCC que já estava atrás das grades. O traficante, que chefia a facção criminosa no Paraná, está detido em um presídio em São Vicente (SP).
Também foi presa uma mulher identificada pelo apelido Cruella, apontada como chefedo Comando Vermelho no Pará. Uma outra mulher foi presa no Espírito Santo. Segundo o MP, ela atua em uma ONG ligada aos direitos dos presos e seria ligada ao PCC. Os nomes completos dos presos não foram divulgado.
O objetivo da ação – efetivada pelo Grupo Nacional de Combate ao Crime Organizado – é desarticular organizações violentas que atuam tanto nos sistemas prisionais quanto nas ruas do país, efetuando prisões e coletando provas. A operação ocorre de forma simultânea no Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia, Pará, Paraná, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
“O crime está organizado e articulado, então é necessário que as instituições do estado também trabalhem de forma absolutamente articulada”, disse Sarrubbo, durante entrevista na capital paulista.
Segundo ele, a operação foi articulada em São Paulo. “Fizemos um movimento, a partir de São Paulo, de distribuição, articulação e conhecimento desses dados que tínhamos armazenado aqui em São Paulo [sobre facções criminosas]. Esses dados foram compartilhados com vários Gaecos [Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado] do Brasil. Com isso, fizemos uma operação articulada em nível nacional para que pudéssemos golpear, de forma efetiva, a criminalidade organizada”, explicou.
Mandados de prisão
Durante a operação, estão sendo cumpridos 228 mandados de prisão e 223 mandados de busca e apreensão contra membros de facções criminosas que integram o Primeiro Comando da Capital (PCC), o Comando Vermelho e a Família do Norte. Os Ministérios Públicos envolvidos na operação ainda não divulgaram um balanço sobre quantos desses mandados já foram cumpridos até o momento, mas há uma previsão de que isso ocorra até o fim desta tarde. Entre os crimes investigados estão o tráfico de drogas e a lavagem de valores.
“Ainda não temos um número final, mas foi um número grande de presos. Algumas lideranças em nível nacional e estadual estão sendo detidas. Uma grande liderança do Espírito Santo foi presa aqui em São Paulo, na capital. Também houve prisão de grandes lideranças de facção no Rio Grande do Sul e no Pará”, revelou Sarrubbo. Para ele, não é possível ainda determinar a quantidade de material apreendido entre drogas, dinheiro, computadores, documentos, celulares e pistolas semiautomáticas que os Ministérios Públicos acreditam “que possam ter sido usadas em execuções e podem ajudar a esclarecer crimes”.
Ação nos estados
Veja como a operação foi desencadeada em cada um dos estados envolvidos:
Acre: a operação desencadeada pelo Gaeco do Acre, em conjunto com a Polícia Militar, foi chamada de Red Flag [bandeira vermelha] e tinha o objetivo de efetivar 25 prisões e cumprir 12 mandados de busca e apreensão nos municípios de Rio Branco e Porto Acre. O nome da operação é uma alusão à cor usada pela facção criminosa alvo da ação.
Bahia e Sergipe: a operação Sintonia cumpriu oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Camaçari, Feira de Santana, Andaraí e Itaetê; além de um mandado em Aracaju (Sergipe). Os alvos integram uma ramificação da organização criminosa que atua no tráfico de drogas na região da Chapada Diamantina.
Ceará: a operação Sintonia tinha o objetivo de cumprir oito mandados de prisão preventiva em Fortaleza. O foco é um cearense que atua como uma das lideranças de uma organização criminosa na Guiana Francesa.
Espírito Santo e São Paulo: as ações no Espírito Santo decorrem de investigação iniciada em agosto de 2022, denominada Sintonia. Visa a identificação e prisão de integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Estão sendo cumpridos 23 mandados de prisão e 29 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Jacareí (SP), Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Vitória, Vila Velha, Viana, Serra e Cariacica (ES).
Goiás: a operação Sintonia Goiás visa cumprir 70 mandados de prisão preventiva e 38 mandados de busca e apreensão contra membros de uma facção criminosa que integram a célula denominada Sintonia. Até as 10 horas de hoje, 56 integrantes da facção foram presos. Segundo o Ministério Público de Goiás, essa organização praticava crimes graves, como tráfico de drogas, roubos, furtos (inclusive de agência bancária com uso de material explosivo) e homicídios.
Mato Grosso do Sul: as ações derivam de investigação iniciada em 2023, chamada Sintonia 2, cujo objeto é a identificação e prisão de oito integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) com atuação no estado. Os mandados foram cumpridos em Campo Grande.
Minas Gerais: o Ministério Público realiza três operações no estado, que foram chamadas de Cascavel, Escritório do Crime e Quebrando a Banca. Estão sendo cumpridos 28 mandados de prisão, 87 de busca e apreensão e dois de sequestros de bens.
Rondônia: são cumpridos 30 mandados de prisão.
Paraná: 25 mandados de busca e apreensão e três de prisão estão em curso. Os mandados de prisão estão sendo cumpridos em Curitiba, região metropolitana e Paranaguá.
Pará: prisão de uma liderança. Operação em 13 estados Operação em 13 estados
Tocantins: são 39 mandados de prisão por meio de duas operações: a Sintonia e a Collapsus, que têm como foco principal membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
AliançA FM