ONU preocupada com cerco à Faixa de Gaza e impedimento de ajuda humanitária O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou sua
ONU preocupada com cerco à Faixa de Gaza e impedimento de ajuda humanitária
O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou sua “profunda angústia” com o anúncio de que Israel iniciará um cerco completo à Faixa de Gaza, que ficará totalmente fechada, sem eletricidade, alimentos ou combustível.
Ele condenou os ataques do Hamas contra cidades israelenses neste sábado, falando a jornalistas em Nova Iorque. O chefe das Nações Unidas enfatizou que as operações militares devem seguir o direito humanitário internacional em resposta à resposta de Israel.
Acesso à assistência humanitária
António Guterres também afirmou que a única maneira de resolver os problemas em Israel e na Palestina é por meio de uma paz negociada, “que satisfaça as aspirações nacionais legítimas” de cada parte.
Ele lembra que antes dos eventos dos últimos dias, a situação humanitária em Gaza já era muito pior e observa que a situação deve piorar ainda mais com essa medida.
Assim, o líder das Nações Unidas pediu às partes que permitissem a assistência humanitária urgente aos “civis palestinos presos e indefesos na Faixa de Gaza”. Além disso, ele exigiu apoio humanitário imediato da comunidade internacional.
Os conflitos nos últimos dias teriam matado pelo menos 800 israelenses e ferido 2,5 mil, de acordo com os dados destacados pelo secretário-geral. Os números de vítimas em Gaza são de 500 mortos e 3 mil feridos.
Fim do “círculo vicioso”
A ONU está em contato com os líderes da região para expressar preocupação, indignação e avançar nos esforços para evitar que isso se propague em outras partes do Oriente Médio, segundo Guterres.
O secretário-geral das Nações Unidas enfatiza que os últimos incidentes violentos “não surgem no vácuo”. Ele diz que este é um “conflito de longa data, com uma ocupação de 56 anos e sem nenhum fim político à vista”.
Guterres acredita que “é hora de acabar com este círculo vicioso de violência, ódio e polarização”.
Ele defende que os palestinos possam ter uma visão clara do estabelecimento de seu próprio Estado concretizado e que Israel possa ver materializadas as suas necessidades legítimas de segurança.
O aumento da instabilidade e o movimento de refugiados
O alto comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi, havia alertado anteriormente sobre os efeitos da escalada da violência no Oriente Médio. Ele acredita que o conflito deve causar instabilidade e mais sofrimento aos civis.
O aumento das tensões é mais um elemento “perigoso num crescente mosaico de crises que, se não for abordado com coração, pode arruinar a paz mundial”, afirmou Grandi.
O Acnur, a Agência das Nações Unidas para Refugiados, enfatiza que a organização está ativa na região e em todos os lugares em que as guerras obrigam as pessoas a deixar suas casas.
Ele enfatiza que as principais causas dos deslocamentos forçados são os conflitos, que alcançaram 110 milhões, o número mais alto em décadas.
Deslocados e ações da ONU
Após o início dos combates, mais de 120 mil pessoas foram expulsas de Gaza, muitos dos quais encontraram refugio em escolas administradas pela agência da ONU para refugiados palestinos, Unrwa.
Atualmente, cerca de 74 mil deslocados estão matriculados em 64 escolas da organização. Esse número deve aumentar à medida que os ataques aéreos e bombardeios, inclusive em áreas civis, continuarem.
Milhares de pessoas foram deslocadas da Faixa de Gaza “principalmente devido ao medo, preocupações de proteção e à destruição de suas casas”, informou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha.
A educação das crianças deve ser priorizada. As Nações Unidas afirmam que mais de 1,4 milhão de crianças estão sendo afetados pelo fechamento de todas as escolas na Cisjordânia e em Gaza.
Os hospitais, que dependem de geradores de reserva, estão sendo afetados por cortes de energia no setor de saúde. O Unrwa diz que alguns hospitais têm combustível suficiente para apenas quatro dias.
O Conselho de Direitos Humanos permaneceu em silêncio
A pedido do representante dos Estados Unidos, o Conselho de Direitos Humanos da ONU cumpriu um momento de silêncio na manhã desta segunda-feira em homenagem às “vítimas inocentes” em Gaza e Israel.
Em Genebra, Suíça, as vítimas do terremoto no Afeganistão permaneceram em silêncio durante uma reunião da Agência da ONU para Refugiados.
AliançA FM