OMS pede 43 milhões de dólares para intensificar ajuda a Síria e Turquia. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforçou hoje (13) o pedido para que a comunidade internacional continue a apoiar a Síria e a Turquia para enfrentar a tragédia humanitária decorrente dos terremotos que afetam milhões de pessoas.
Ao discursar, de forma online,na reunião anual da Comunidade Global de Tecnologia Sustentável e Inovação (G-Stic), no Rio de Janeiro, Tedros, que está em Damasco, capital da Síria, disse ter presenciado a devastação total de comunidades inteiras.
“Os sobreviventes estão sem abrigo, sem aquecimento, sem alimento, sem água potável ou atenção médica. O sistema de saúde na Síria não tem capacidade de atender a esse desastre, tendo sido enfraquecido por mais de uma década de conflito e de crise econômica, além de surtos de cólera e da pandemia covid-19”, disse o diretor-geral.
Oito dias após os terremotos, o último balanço indica que há mais de 35 mil mortos na Síria e na Turquia . Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), esse número poderá duplicar pelo fato de milhares de pessoas continuarem presas nos destroços dos prédios que desabaram. OMS pede 43 Milhões
De acordo com Tedros, a pandemia de covid-19 mostrou que, quando o sistema de saúde de um país corre risco, “tudo corre risco”. “A pandemia colocou mais de 93 milhões de pessoas na pobreza extrema em 2020. Nosso desafio é não deixar ninguém para trás”. OMS pede 43 Milhões
Antes do terremoto, 4,1 milhões de pessoas já dependiam de ajuda humanitária e as necessidades eram as mais altas de todos os tempos. Esta é a mais recente crise a atingir a Síria, que se soma ao conflito, a pandemia de Covid-19, surtos de cólera e declínio econômico.
Segundo a OMS, mais de uma década de violência fragilizou todo o sistema de saúde e apenas 50% das instalações médicas estavam funcionando antes dos sismos.
O chefe humanitário da ONU continua sua missão na região. Após sua passagem por Karamamaras, cidade turca localizada a cerca de 77 quilômetros do epicentro dos tremores, Martin Griffiths viajou para o lado turco de Baba Al-Hawa, única passagem de fronteira autorizada para entrega de ajuda no noroeste da Síria.
Ele também visitou um centro da ONU na região de Hatai, onde acompanhou o transbordo e monitoramento de 10 caminhões carregados com ajuda fornecida pela Organização Internacional para Migração, OIM.
Este foi o quarto comboio de ajuda transfronteiriça da ONU desde o terremoto. O primeiro, com seis caminhões, cruzou para a Síria na quinta-feira, após uma interrupção temporária de três dias devido a estradas danificadas.
Um segundo comboio de 14 caminhões da OIM cruzou na sexta-feira, seguido por um terceiro no dia seguinte, com 22 veículos levando remédios, kits de teste de cólera, cobertores, itens de higiene, lâmpadas solares e outros itens de primeira necessidade.
Segundo o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, tremores secundários continuam no noroeste da Síria, forçando as pessoas a seguir deixando de suas casas.
As equipes de defesa civil concluíram as operações de busca e salvamento neste sábado e passaram a remover destroços e recuperar corpos, mas os esforços estão sendo prejudicados pela escassez de combustível e falta de máquinas e veículos.
AliançA FM