Dados do Centro Europeu para Controle de Doenças mostram que a nova cepa circula desde novembro
Uma variante da Sars-CoV-2 tem deixado pesquisadores e autoridades sanitárias em alerta por toda a Europa desde o anúncio do Reino Unido de que uma nova cepa era transmitida de até 70% mais rápida. Desde então, alguns países começaram a fechar suas fronteiras aéreas e marítimas com o território britânico para evitar que a mutação se espalhasse também para outros continentes. Mas, porque essa mutação está chamando tanto a atenção, se é normal que vírus sofram mutações constantes?.
De acordo com os cientistas britânicos, essa variante, chamada de H69/V70, tem como foco a rápida disseminação e já sofreu uma mutação anterior em Londres e no sudeste da Inglaterra e a possibilidade de que essa alteração afeta partes importantes da estrutura do vírus.
Dados do ECDC (Centro Europeu para Controle de Doenças) mostram que a nova cepa circula desde novembro, o Reino Unido fala em detecção no país em setembro e os três primeiros casos confirmados fora do território da Inglaterra (na Austrália e na Dinamarca) têm ligações com o foco de Londres. “Já é verificada uma difusão internacional, mesmo que não se conheça a extensão”, publicou a entidade em nota.
Segundo a imprensa, a Itália também já identificou um primeiro caso ligado a uma pessoa que voltou recentemente de Londres, assim como os Países Baixos, Bélgica e África do Sul. Para a ECDC, “não há indicações de uma maior gravidade da infecção ligada a essa mutação”, mas o órgão ressalta que a fase de transmissão ocorreu em um período do ano em que “tradicionalmente, aumentam os contatos familiares e sociais”. “A falta de dados sobre essa nova variante que se difundiu fora do Reino Unido, servem esforços tempestivos para prevenir e controlar a difusão”, pontua ainda a entidade, pedindo aos europeus para notificarem imediatamente casos da mutação no sistema da União Europeia.
Até o momento, o ECDC não acredita que a H69/V70 provoque alterações capazes de tornar ineficazes as vacinas contra a covid-19, que já estão sendo aplicadas em diversos países. Conforme as primeiras informações, a H69/V70 já havia sido identificada anteriormente nos visons abatidos na Dinamarca, mas não tinha se espalhado rapidamente entre humanos. Agora, os cientistas buscam mais dados para entender a alteração. Se a alteração seguir o “roteiro” da G614, o maior impacto será na proliferação da doença do que na mortalidade. Porém, ainda serão necessários estudos mais aprofundados sobre o vírus.
Fonte: DOL