Nova descoberta de tratamento contra o cânçer de próstata

Nova descoberta de tratamento contra o cânçer de próstata

 

O novo tratamento consiste em uma abordagem que não utiliza a radioterapia clássica. Ela é aplicada via sanguínea e é chamada de “radioligand”. Esse tratamento é uma infusão que utiliza molécula química composta com dois componentes, sendo um deles um anticorpo e o outro um agente radioativo.

Eles se ligam à célula cancerígena com o objetivo de destruí-las, mas sem atingir as células saudáveis que estão próximas da região com o câncer. Ou seja, o anticorpo localiza o tumor da próstata e o átomo radioativo o destrói.

O câncer da próstata é um dos tipos mais comuns de câncer, esperando-se que cerca de um em cada seis homens receba um diagnóstico ao longo da sua vida. Conforme se lê no título de um artigo publicado pela Visão, recentemente, “aos 80 anos, mais de 80% dos homens terão câncer da próstata”. Apesar de o mesmo artigo mencionar que a doença, que é ainda um tabu, “mata 1.800 homens por ano, em Portugal”, também recorda que, se for diagnosticado a tempo, “tem grandes possibilidades de ser tratado e curado”.Os tratamentos comuns são invasivos, dolorosos e podem resultar em danos permanentes. Por exemplo, após a prostatectomia radical, os pacientes já não podem ejacular durante a relação sexual, o que significa que são incapazes de conceber dessa forma.

Com o avanço tecnológico e a cada vez mais vasta gama de ferramentas e dispositivos que a medicina tem à disposição, conhecemos conclusões muito animadoras, principalmente relativas a doenças tão devastadoras como é o caso do câncer.

Hoje, falamos-lhe do câncer da próstata e de uma solução que pode ser revolucionária. Afinal, o tratamento pioneiro pode curar este tipo de câncer sem danificar os tecidos saudáveis e prejudicar funções importantes para o bem-estar do paciente.

De acordo com o ZME Science, uma equipa de médicos do University College London Hospital (UCLH) utilizou o sistema NanoKnife para realizar um procedimento pouco invasivo e guiado pela imagem, em seis pacientes com câncer da próstata, no Reino Unido.

O procedimento, que utiliza o sistema fabricado pela AngioDynamics, com sede em Nova Iorque, demora apenas uma hora e permite que os pacientes regressem a casa no mesmo dia, sem que o hospital tenha de direcionar recursos para a sua hospitalização em pós-operatório, durante vários dias ou semanas.

“O que mais me atraiu foi o facto de a hipótese de danos colaterais ser muito reduzida. Com alguns dos tratamentos parecia um pouco como usar uma marreta para partir uma noz – quase literalmente”.

Foi tudo feito num dia, o que foi ótimo. Quando a anestesia geral desapareceu, senti-me absolutamente bem, sem qualquer dor. Não podia ter corrido melhor.

Revelou Neil Gershon, de 70 anos, um dos pacientes que participou na estreia do procedimento no UCLH, no Reino Unido.

Conforme partilhou o ZME Science, foram inseridas agulhas finas através da pele dos pacientes, guiadas por ressonância magnética, mesmo ao lado dos tumores. Quando se dispararam impulsos elétricos curtos através destes elétrodos, as membranas das células cancerígenas começaram a desintegrar-se, destruindo o tumor.

“As células com buracos na parede são um pouco como navios a afundar: começam a tomar água, começam a perder o seu próprio conteúdo, tentam fugir e acompanhar, mas eventualmente não conseguem acompanhar e as células morrem.”

Explicou Michael Moser, cirurgião da University of Saskatchewan, que trabalhou com este procedimento experimental e relatou grande sucesso.

Como o tratamento pode ser realizado com extrema precisão, o tecido saudável circundante é poupado e os pacientes não têm de enfrentar efeitos secundários extenuantes, com os quais se deparariam após uma cirurgia comum. O procedimento é particularmente vantajoso em casos em que os tumores crescem em locais difíceis.

Três anos de dados mostraram que os pacientes submetidos ao NanoKnife tinham apenas uma taxa de 10% de retratamento. Mais do que isso, as taxas de incontinência para o novo tratamento foram de apenas 1%, semelhantes às de outros tratamentos direcionados, em comparação com taxas entre 10% e 20% para os que se submetem à cirurgia tradicional. Cerca de 9 em cada 10 homens ficaram com boa função eréctil.

Agora, os médicos esperam ver a nova técnica a chegar a hospitais de todo o Reino Unido, uma vez que não requer tanta formação como outras que já existem.

 

AliançA FM

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