O Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU) entrou na última sexta-feira (01), com uma representação do tribunal para apurar eventual ingerência do governo na Petrobras com a troca no comando da estatal.
A peça, assinada pelo procurador Lucas Furtado, pede ainda que o economista Adriano Pires, novo indicado para o posto, só seja nomeado após investigação da CGU (Controladoria-Geral da União) e da Comissão de Ética sobre possível conflito de interesse, devido à atuação dele no setor.
Pires dirige o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), uma consultoria especializada em regulação e estratégia do setor de energia, que presta serviços para governos e empresas.
Na prática, apesar de a troca ter sido anunciada nesta semana, ela só ocorreria em duas semanas, na Assembleia Geral de Acionistas da empresa.
Na ocasião, o governo apresenta sua lista de representantes do conselho de administração –na qual, não consta o nome do general Joaquim Silva e Luna, demitido por Jair Bolsonaro (PL) nesta semana.
“A abrupta alteração da composição da presidência da estatal e do seu conselho de administração vem logo na sequência das anunciadas intenções de intervenção na política de preços da Petrobras, situação a conclamar a pronta atuação do Tribunal de Contas da União”, diz a representação do MP do TCU.
Furtado cita as vezes em que o presidente Jair Bolsonaro se queixou a respeito da política de preços da estatal, e já chegou a defender mudança.
Ele diz ainda que a troca no comando da empresa foi “abrupta e sem prévia justificativa técnica” e “traz insegurança e fragilidade na governança da empresa estatal, acarretando consequências econômicas que podem ser nocivas à sua segurança financeira e operacional”.
AliançA FM