Polícia aponta que condutor trafegava em alta velocidade, sob efeito de cocaína, e omitiu a presença do carro esmagado durante o acidente
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) indiciou nesta segunda-feira, 7, o motorista do caminhão envolvido em três homicídios qualificados em Ortigueira e por dirigir sob efeito de substância psicoativa. Segundo a investigação, o homem estava sob efeito de cocaína no momento do acidente e não comunicou às autoridades que havia um carro atingido sob a carga de madeira.
O caso aconteceu no dia 31 de dezembro de 2024, na PR-340, em Ortigueira. O caminhão bitrem que o motorista conduzia, carregado com cerca de 35 toneladas de toras de madeira, tombou sobre um carro, matando Ana Carolina Pires de Oliveira, Jandira Marciliano Pires e José Ronaldo Pereira da Silva.
“O carro foi descoberto e encontrado apenas no dia seguinte, durante a remoção do caminhão bitrem, totalmente esmagado sob a carga”, afirmou o delegado João Paulo Martins Barreiro, responsável pela investigação.
De acordo com ele, o motorista trafegava a aproximadamente 75 km/h em um trecho de declive acentuado e curva sinalizada com limite de 40 km/h. As imagens e dados de telemetria indicam que ele já conhecia a estrada e ignorou o risco. “As imagens e dados da telemetria mostram que ele ignorou as condições de risco, mesmo ciente das consequências, o que caracteriza dolo eventual”, explicou Barreiro.
Além disso, o laudo toxicológico feito após o acidente confirmou a presença de cocaína no organismo do condutor. Imagens internas da cabine também registraram comportamento anormal antes do tombamento, como gestos excessivos e direção com apenas uma das mãos.
O delegado afirmou ainda que o superaquecimento do sistema de freios foi provocado por condução inadequada, sem uso do freio motor e com marchas impróprias, o que comprometeu a capacidade de frenagem do veículo.
O motorista, que já tinha percorrido o trecho diversas vezes, foi indiciado por três homicídios qualificados, com dolo eventual e com a qualificadora de meio que resultou em perigo comum, além do crime de conduzir veículo sob efeito de substância psicoativa. A carteira de habilitação dele foi suspensa, e outras medidas cautelares foram aplicadas.
Fonte: Terra