A menina de 10 anos, que engravidou do tio após sofrer vários abusos, se sentiu aliviada ao saber que ele havia sido preso. Ela tomou conhecimento da prisão quando ainda estava internada no hospital.
A criança tinha medo de que o tio matasse o avô. Seria essa a ameaça usada pelo agressor para a vítima não contar a ninguém sobre a violência sexual que sofria desde os 6 anos de idade.
“Ainda bem [que o tio foi preso], porque o vovô pode sair para a rua agora”, relatou a criança. A afirmação foi feita pela avó à enfermeira Paula Viana, coordenadora do Grupo Curimim, de atendimento às vítimas de violência.
A menina é criada pela avó, que trabalha como vendedora ambulante em praias no Espírito Santo. Ela diz que sofreu pressão para que a neta levasse a gestação adiante e colocasse o bebê para adoção após o parto. Segundo os médicos responsáveis pelo procedimento, porém, havia risco de morte da criança caso a gravidez não fosse interrompida.
A enfermeira disse acreditar que a vítima não tenha ouvido os gritos de “assassina” na chegada ao hospital, mas não foi possível proteger a criança de um médico do próprio hospital, que a constrangeu com detalhes gráficos do procedimento e questionou a decisão da avó.
O Liberal.